Órgãos discutem protocolo para retorno das romarias

A gestão Juazeirense também monitora a situação de contágio nas principais cidades que enviam romeiros para o Cariri.

O retorno das romarias de Juazeiro do Norte começou a ser discutido na semana passada. O primeiro passo foi dado em uma reunião virtual entre integrantes das secretarias municipais de Turismo e Romarias (Setur) e de Saúde, do Ministério Público do Ceará (MPCE) e o padre Cícero José, administrador da Basílica Nossa Senhora das Dores. A basílica concentra as peregrinações no Município. O encontro deve ser visto, segundo os participantes, como um planejamento, já que o crescimento dos casos da covid-19 no Cariri, sobretudo em Juazeiro do Norte, não permite a definição de uma data para o reencontro dos romeiros com a terra do padre Cícero. A gestão Juazeirense também monitora a situação de contágio nas principais cidades que enviam romeiros para o Cariri.

“Sei que parece exagero falarmos no retorno das romarias, tendo em vista o atual momento que estamos passando, no qual os números do contágio do novo coronavírus só crescem. Mas, quando falamos de futuro, é exatamente disso: planejar para organizar. Por que existe uma série de mudanças que precisam ser adotadas, para se falar em retomada das nossas romarias, quando for autorizado pelos órgãos competentes”, esclarece o titular da Setur, Júnior Feitosa. No encontro, a promotora de Justiça do MPCE, Alessanda Magna Ribeiro, frisou o cenário caririense, cuja região tem se tornado um dos principais focos da doença. A magistrada sugeriu que, “mesmo sem data, é preciso planejar e analisar o cenário por etapas”.

De acordo com o secretário, ainda não existe um levantamento que indique o impacto da pandemia nas romarias de Juazeiro do Norte, em especial o financeiro. Contudo, o setor hoteleiro deve começar a sentir os efeitos da crise pandêmica a partir deste mês. “As pequenas pousadas e ranchos ainda não sofreram a crise como os outros setores vêm sofrendo. Começaram a sentir agora”, diz Júnior Feitosa. De acordo com o gestor, o comércio que subsiste basicamente das romarias é sazonal. Desse modo, os romeiros seis meses do ano são conhecidos como período de baixa-estação. “As romarias praticamente começam agora em julho, setembro com a grande romaria, vem a de Finados, de final de ano e encerrando o ciclo na romaria de Candeias”.

A Basílica de Nossa Senhora das Dores tem apostado nas ferramentas disponíveis na internet, a exemplo das transmissões ao vivo, para reaproximar os fiéis de Juazeiro do Norte. A tradicional romaria de julho, que relembra a morte de padre Cícero, no dia 20, foi cancelada. Entretanto, será feita, segundo o padre Cícero José, “uma programação vasta com o intuito de alimentar espiritualmente os nossos romeiros”.

O sacerdote reconhece o atual momento, de crise por conta do novo coronavírus, e diz seguir as orientações da Igreja e das autoridades de Saúde. “Esse protocolo [de retomada das romarias] compreende algumas ações que deverão ser seguidas pelas igrejas, também pelas casas, ranchos, pousadas, locais de acolhidas aos romeiros. Somos conscientes de que esse tempo não vai passar de uma hora para outra. Aos poucos vamos aprender com este novo”, diz o padre.

Conteúdo “Jornal do Cariri

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