Paulo Câmara toma posse, pede diálogo e relembra primeiro mandato

Paulo Câmara toma posse, e diz ser contra a privatização da Chesf

Paulo Câmara toma posse, pede diálogo e relembra primeiro mandato Para governador, palanques precisam ser desarmados. Câmara ainda se posicionou contra privatização da Chesf e pediu conclusão de obras federais no estado. Por Pedro Alves, G1 PE Reeleito, Paulo Câmara toma posse como governador de Pernambuco [caption id="attachment_150632" align="alignleft" width="300"] Reeleito, Paulo Câmara toma posse como governador de Pernambuco - Marlon Costa/Pernambuco Press[/caption] Reeleito, o governador Paulo Câmara (PSB) tomou posse para o segundo mandato na tarde desta terça-feira (1º) relembrando a campanha eleitoral e pedindo que os palanques sejam desarmados, para abrir, assim, caminho ao diálogo. Câmara também se posicionou contra a privatização da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). "Apoiaremos decisões que beneficiem Pernambuco e o Nordeste, a exemplo das obras complementares da Transposição das águas do Rio São Francisco e da conclusão da Ferrovia Transnordestina. Mas seremos contra, fundados em sólidos argumentos, a iniciativas que comprometam o futuro do estado e da região, como a privatização da Chesf", disse. A cerimônia foi realizada no edifício Miguel Arraes, no Centro do Recife, sede da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), e foi comandada pelo presidente da casa, deputado Eriberto Medeiros (PP). Também foi empossada no Plenário Eduardo Campos a primeira vice-governadora mulher de Pernambuco, Luciana Santos (PC do B). “Os desafios do futuro serão enfrentados por caminhos abertos pelo diálogo, pela transparência, e fiscalizados pelo povo. Avançaremos juntos com os poderes legal e legitimamente constituídos: o Legislativo, o Judiciário, o Ministério Público e o Tribunal de Contas, e com toda a sociedade”, afirmou. Participaram da cerimônia, que durou menos de uma hora, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), o arcebispo de Olinda e Recife, Fernando Saburido, o senador reeleito Humberto Costa (PT) e outras lideranças políticas de Pernambuco. Paulo Câmara venceu a eleição em Pernambuco no primeiro turno, com 1.918.219 votos, 50,7% dos votos válidos. Câmara foi o candidato da Frente Popular de Pernambuco, coligação composta por 12 partidos é liderada pelo PSB. O segundo colocado foi Armando Monteiro (PTB), que teve 1.361.588, ou 35,99% do total. Sobre a eleição de Jair Bolsonaro (PSL), empossado presidente da República em Brasília, Câmara, que apoiou a candidatura de Fernando Haddad (PT), afirmou que pretende fazer oposição a iniciativas como a privatização da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e pediu diálogo. “É urgente desmontar os palanques, desarmar os espíritos, buscar o mínimo de convergências que nos permitam preservar as conquistas democráticas e avançar. O processo eleitoral que nos elegeu para o Poder Executivo e elegeu os parlamentares para o Poder Legislativo é o mesmo que elegeu o presidente da República”, explicou. Santos (PCdoB), governador Paulo Câmara (PSB) e o deputado estadual Eriberto Medeiros (PP) durante cerimônia de posse — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press Em sua fala, o governador preferiu não repetir as promessas feitas em campanha e falou sobre feitos de sua gestão. "Em Pernambuco, temos o Programa Pacto Pela Vida que teve sua efetividade restabelecida. [...] Enfatizo, no entanto, que não há o que comemorar. Enquanto uma única vida for perdida, o Governo não estará cumprindo com suas responsabilidades constitucionais", afirmou. Câmara lembrou o ex-governador Eduardo Campos, que morreu após um acidente de avião em 2014, e o também ex-governador Miguel Arraes, um dos criadores da Frente Popular de Pernambuco. Acompanharam a cerimônia a viúva de Eduardo, Renata Campos, e os filhos, incluindo o deputado federal eleito João Campos. O governador reeleito também destacou obras feitas durante o primeiro mandato. "Recuperamos equipamentos históricos do nosso patrimônio, melhoramos nossa infraestrutura, qualificamos nossa população, introduzimos elementos importantes para os avanços do desenvolvimento econômico, que ajudaram inclusive na expansão da atividade turística em Pernambuco", apontou. Assim como fez durante a campanha eleitoral, Câmara falou sobre a crise econômica. “Pernambuco não parou de avançar, de servir de referência na gestão pública, apesar da crise tremenda que o nosso país enfrentou e ainda enfrenta. Da qual todos aqui têm a consciência dos seus efeitos devastadores, especialmente na questão do emprego”, disse. Perfil A reeleição de Câmara leva o PSB ao quarto mandato à frente do governo de Pernambuco, junto com as duas gestões do ex-governador Eduardo Campos, eleito em 2006 e reeleito em 2010. Paulo Henrique Saraiva Câmara, 46 anos, é natural do Recife. Ele nasceu em 8 de agosto de 1972. É casado com Ana Luiza Câmara, com quem tem duas filhas, Clara e Helena. É formado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco. Pela mesma instituição de ensino, tornou-se especialista em Contabilidade e Controladoria Governamental e mestre em Gestão Pública. Aos 21 anos de idade, ingressou no Banco do Brasil como escriturário concursado, entre os anos de 1993 e 1994. Em 1995, ele ingressou no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e entrou para o governo estadual em 2007, como secretário de Administração do primeiro mandato de Eduardo Campos. Em 2010, assumiu a secretaria de Turismo e, em janeiro do ano seguinte, a da Fazenda. Nesta última pasta, ficou até o início de 2014, quando foi indicado pelo partido para concorrer às eleições, nas quais foi eleito no primeiro turno, com 68% dos votos. Protesto A poucos metros da sede da Alepe, manifestantes realizaram um protesto pedindo explicações ao governador sobre a demissão de Áureo Cisneiros, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE). Eles alegam perseguição política. Sobre o caso, o governador negou as acusações e afirmou que a demissão é uma "ação interna da Secretaria de Defesa Social [SDS]". "Cabe ao secretário verificar que questões administrativas são essas que estão incomodando o presidente do Sinpol, mas de minha parte é o seguinte: não há perseguição e nós vamos fazer qualquer ação como sempre fizemos, dentro do devido processo legal", afirmou.

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