MP pede 151 anos de prisão para suspeito de estupro coletivo no Piauí
Promotor pediu pena máxima para Adão José da Silva Sousa.
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Promotor de Castelo do Piauí apresentou denuncia contra Adão de Sousa (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
Quatro adolescentes suspeitos do crime foram ouvidos pela Justiça.
Gilcilene AraújoDo G1 PI
O promotor da comarca de Castelo do Piauí, Cesário de Oliveira, ofereceu nesta segunda-feira (15) denúncia criminal contra Adão José da Silva Sousa, 40 anos. Ele é apontado pela polícia como suspeito de vários crimes relacionados ao estupro coletivo cometido no dia 27 de maio contra quatro garotas na cidade de Castelo do Piauí. O promotor pediu pena máxima de reclusão que somada pode chegar a 151 anos. O suspeito nega qualquer tipo de participação no crime.
Morro do Garrote, local onde as meninas foram violentadas (Foto: Patrícia Andrade/G1)
Adão e quatro adolescentes são suspeitos de violentar e abusar sexualmente das meninas e arremessá-las do alto do penhasco com cerca de 10 metros de altura. Uma das vítimas, Danielly Rodrigues, de 17 anos, morreu no dia 7. Ela teve esmagamento da face, lesões pelo pescoço e tórax e chegou a passar 10 dias internada, mas não resistiu às hemorragias.
Das três sobreviventes, uma ainda está internada Hospital de Urgência de Teresina (HUT), e, segundo os médicos, não corre risco de morte. As outras duas tiveram alta e estão na casa de familiares na capital.
“Há indícios da participação dele nos crimes. Por isso, ele deve responder por estupro, feminicidio, tentativa de homicídio, associação criminosa e corrupção de menores. Caso ele seja condenado pode pegar pena de até 151 anos de reclusão, pois para todos os crimes solicitei a penalidade máxima”, afirmou o promotor.
Cesário de Oliveira explicou que caso o juiz aceite a denúncia, Adão deixará a condição de suspeito e passa a ser réu no processo.
“Nesta etapa a pessoa é notificada da acusação e deve providenciar testemunhas de defesa para ser ouvidas durante uma nova audiência. Nela também serão ouvidas as vítimas e as testemunhas de acusação”, disse.
Ao ser preso Adão José da Silva Sousa disse aos policiais que é foragido do sistema prisional de São Paulo. Segundo a polícia, ele tem passagem por furtos, homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma. “Não sei informar se ele fugiu do sistema ou se estava em liberdade condicional, pois nos autos do processo consta apenas que ele é foragido de São Paulo”.
Menores foram ouvidos no Complexo de Defesa da Cidadania (Foto: Gilcilente Araújo/G1)
Na quinta-feira (11), foi realizada uma audiência de apresentação onde os quatro adolescentes suspeitos de participação no crime e seus pais foram ouvidos. Por questão se segurança, o juiz solicitou que os depoimentos fossem feitos em Teresina.
Em relação aos adolescentes, o promotor Cesário de Oliveira comentou caso sejam culpados, eles responderão pelos atos infracionais semelhantes aos crimes cometidos por Adão. O prazo máximo estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para o cumprimento de medidas socioeducativas é de três anos.
“Solicitei a internação deles no Centro Educacional Masculino pelo tempo previsto pela lei que é de três anos. Este tempo pode aumentar após a realização de exames que comprovem a periculosidade dos adolescentes, finalizou.
Campanha solidária
Com o intuito de ajudar financeiramente as famílias das jovens, o grupo Flores Para Elas criou uma campanha solidária virtual. Segundo os idealizadores, o dinheiro está sendo destinado aos gastos com passagem, alimentação e hospedagem dos parentes da adolescentes que as acompanham em Teresina. As doações também irão ajudar a custear o tratamento das garotas.
A meta de arrecadação inicial era de R$ 5 mil. Em 17 dias a campanha já conseguiu a doação de R$ 23.135,00 e o valor de R$ 10.881,00 ainda está pendente de confirmação.
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