Com rosto coberto, secretária de Luiz Argôlo deixa sede da PF em Salvador

Élia Santos da Hora foi presa em casa; ex-deputado também foi detido.

Com rosto coberto, secretária de Luiz Argôlo, Élia Santos da Hora, deixa sede da Polícia Federal em Salvador (Foto: Maiana Belo/G1) 32 mandados da Operação Lava Jato estão sendo cumpridos nesta sexta. Maiana BeloDo G1 BA A secretária do ex-deputado federal Luiz Argôlo, presa na manhã desta sexta-feira (10) em Salvador, deixou a sede da Polícia Federal na capital baiana por volta das 11h20. Com rosto coberto, Élia Santos da Hora entrou em um carro da PF com destino ao aeroporto de Salvador para embarcar a Curitiba. A Polícia Federal (PF) cumpre a 11ª fase da operação da Lava Jato em seis estados brasileiros e no Distrito Federal nesta sexta. O ex-deputado federal Luiz Argôlo também foi preso na manhã desta sexta-feira, em Salvador. Segundo informações da PF, Élia Santos da Hora foi presa em casa, no bairro da Barra, e chegou por volta das 8h à sede da Polícia Federal na capital baiana. De acordo com Cristiane Costa, advogada da secretária, a prisão é ilegal. "Uma prisão completamente infundada, ilegal. Só que por enquanto nós ainda não estudamos o processo à risca. Assim que tivermos todas as informações necessárias, vamos entrar com as medidas judiciais cabíveis", disse. "Ela está calma, tranquila. Nós sabemos da inocência dela. Eu acredito que é uma coisa que realmente choque uma pessoa a prisão. Agora eu não vi ela chorando em momento nenhum. Ela não esperava a prisão de forma nenhuma, ela não está respondendo a processo nenhum. Por isso eu estou falando para vocês que é uma coisa absolutamente surpreendente", afirma. Sobre o envolvimento do ex-deputado Luiz Argôlo nas acusações, Cristiane Costa afirmou que ainda não conversou nada a respeito dele. "Nós não sabemos de absolutamente nada. Pegou a gente completamente de surpresa. Digo e repito, nos parece uma prisão infundada. A Polícia Federal também não me adiantou muita coisa. Realmente, o processo está correndo no Paraná. Os autos estão correndo no Paraná, eles só cumpriram aqui alguns mandados que vieram do Paraná. Nem eles próprios aqui sabem o teor do inquérito", revela. Prisão de ex-deputado De acordo com a PF, o ex-deputado Luiz Argôlo também foi preso em casa, no bairro do Caminho das Árvores, em Salvador. Ainda de acordo com a polícia, buscas foram feitas na casa e no escritório do ex-deputado. "A Polícia Federal recebeu os colegas do Paraná basicamente para cumprir três mandados de busca e dois de prisão emitidos pela Justiça Federal daquele estado. Foram cumpridos hoje pela manhã sem nenhum incidente. Ambos serão encaminhados para a superintendência do Paraná ainda hoje", afirma Tiago Sena, delegado da PF Inicialmente a Polícia Federal havia informado que o ex-deputado não iria para a sede da PF em Salvador e seguiria direto para o aeroporto da capital baiana. Porém, por volta das 10h19, o delegado Tiago Sena afirmou que Luiz Argôlo deve ir até a sede da Polícia Federal antes de embarcar para Curitiba. Operação De acordo com os policiais, serão cumpridos sete mandados de prisão, 16 de busca e apreensão e nove de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para prestar depoimento. Os seis estados envolvidos nesta fase são Paraná, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. A ação foi batizada de "A Origem". Ao G1, a PF confirmou que um dos presos é o ex-deputado André Vargas (PT-PR). Ele foi detido em um condomínio residencial de alto padrão em Londrina, no norte do Paraná. Veja a lista de presos: - André Vargas (PT-PR), ex-deputado, foi preso em Londrina; - Leon Vargas, irmão de André Vargas, preso em Londrina; - Luiz Argôlo (SDD-BA), ex-deputado, preso em Salvador; - Élia Santos da Hora, secretária de Argôlo, presa em Salvador; - Pedro Corrêa (PP-PE), ex-deputado que já cumpre prisão pelo mensalão do PT no Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), em Canhotinho (PE), em regime semiaberto; - Ivan Mernon da Silva Torres foi preso em Niterói; - Ricardo Hoffmann, diretor de uma agência de publicidade em Curitiba, foi preso em Brasília. Todos os presos serão levados para a superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O processo da Lava Jato relacionado ao ex-deputado André Vargas estava em Brasília, no Supremo Tribunal Federal (STF), porém, retornou para a primeira instância, em Curitiba, depois que Vargas teve o mandato cassado, em dezembro de 2014, por quebra de decoro parlamentar. Desta forma, ele perdeu também o chamado foro privilegiado. Vargas é investigado por ter usado um avião alugado pelo doleiro Alberto Youssef. Segundo a Polícia Federal, o doleiro chefiou um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões. Vargas também é suspeito de ter cometido tráfico de influência ao intermediar um contrato entre o laboratório Labogen e o Ministério da Saúde, a pedido de Youssef.