Justiça do RS aceita denúncia, e ex-padre vai responder por estupro


Dom Marcos está preso desde dezembro do ano passado.

Ex-padre foi preso em Caçapava do Sul (Foto: Reprodução/RBS TV) Casos de abusos vieram à tona com a publicação do livro de um empresário. Do G1 RS O ex-padre João Marcos Porto Maciel, também conhecido como Dom Marcos de Santa Helena, vai responder pelos crimes de estupro de vulnerável e posse irregular de arma de fogo de uso permitido. A Justiça aceitou no início da tarde desta terça-feira (10) a denúncia feita pelo Ministério Público de Caçapava do Sul, na Região Central do Rio Grande do Sul, na segunda (9). Conforme a denúncia, Maciel abusou sexualmente dos menores entre 2007 e 2010. Na decisão, o magistrado afirma que as provas apresentadas pelo MP, de forma preliminar, indicam que há indícios de que o ex-padre praticou os crimes. O processo tramita em segredo de Justiça. Na última quinta (5), a Justiça converteu a prisão temporária em preventiva. Assim, ele deve ficar preso até a sentença do caso. Dom Marcos está no presídio de Caçapava do Sul desde de dezembro do ano passado. Maciel passou a ser investigado após ser denunciado por uma reportagem da RBS TV, que mostrou um livro escrito por uma das supostas vítimas, na qual foram relatados abusos sofridos. No dia da prisão, a Polícia Civil apreendeu um videogame, computadores, doces, dinheiro e duas armas no templo. Dois adolescentes disseram para a polícia terem sofrido abusos sexuais. Os crimes teriam ocorrido no templo durante as aulas de Dom Marcos. Além desses casos, mais quatro adultos disseram ter sido vítimas do religioso nas décadas de 1960 e 1970. A polícia divulgou um áudio de uma conversa entre o religioso e uma das supostas vítimas, na qual ele é questionado sobre o possível crime e não nega. A polícia acredita que o religioso, excomungado da Igreja Católica em 2009 e da Anglicana em 2011, cometia os crimes há mais de 50 anos em mais quatro estados. Em entrevista à RBS TV, quando o assunto veio à tona, Dom Marcos negou os crimes. "Ele não sabe o que dizer para impressionar as pessoas que o escutam", afirmou, referindo-se ao autor do livro que diz ter sido abusado pelo ex-padre. "Não li nem me interesso em ler. Diz tudo quanto é coisa que lhe vem à cabeça, e o papel aceita tudo o que se escreve. Ele pagando, já que certamente pagou pela impressão, pode dizer o que quer e pronto", afirmou o religioso.