Qual celular 5G 'barato' comprar? g1 testa modelos de até R$ 2.500

Foram avaliados desempenho, câmeras e duração da bateria, além da velocidade nas redes 5G instaladas em São Paulo

Por Henrique Martin, g1

g1 testa smartphones 5G de até R$ 2.500 — Foto: g1

Infinix Hero, Moto G82 e Samsung Galaxy M53 são as opções mais econômicas lançadas em 2022 e que trazem um bom desempenho geral e velocidades similares na nova rede 5G.

Quando o orçamento é limitado, escolher um celular novo pode parecer uma tarefa complicada – ainda mais se incluir o termo 5G à opção de compra.

A boa notícia é que smartphones com preços acessíveis e compatíveis com 5G já estão disponíveis nas lojas on-line, com configurações avançadas e prontos para a tecnologia recém-lançada em algumas capitais brasileiras.

O Guia de Compras testou três celulares 5G lançados em 2022 no mercado brasileiro, com preços na faixa dos R$ 2.500 – os mais em conta disponíveis nos varejistas on-line em agosto.

São eles:

Infinix Zero 5G

Motorola Moto G82 5G

Samsung Galaxy M53 5G

Foram avaliados desempenho, câmeras e duração da bateria, além da velocidade nas redes 5G instaladas em São Paulo. Na conclusão, design e custo-benefício também foram considerados.

O que os smartphones têm em comum, além do 5G:

Armazenamento interno de 128 GB

Carregamento rápido (entre 25W e 33W) com carregador e cabo na caixa

Capacidade de 5.000 mAH na bateria

Telas grandes (entre 6,6 e 6,7 polegadas) com taxas altas de atualização (120 Hz)

Veja como cada um deles saiu nos testes.

O Infinix Zero 5G, da marca chinesa lançada no Brasil pela Positivo Tecnologia, custava na faixa dos R$ 2.250 em agosto.

É o único aparelho que roda Android 11 na lista – os demais já vêm com o sistema Android 12, mais novo, de fábrica instalados. Mas tem excelente desempenho e uma boa câmera.

Desempenho

Nos testes de performance (veja como é ao fim da reportagem), o Infinix Zero 5G divide o topo da velocidade com o Samsung Galaxy M53, ambos com os melhores resultados.

Na avaliação gráfica – que mede como o smartphone se comporta com jogos e vídeos –, o celular da Infinix ficou em segundo lugar, atrás do celular da Samsung.

No 5G, o Infinix Zero 5G atingiu velocidades de 592 Mbps (megabits por segundo, representa 1 milhão de bits por segundo) de download, um pouco abaixo dos concorrentes.

No upload (velocidade de envio de dados para a internet), bateu 98 Mbps.

Câmeras

Com um sensor duplo na traseira, uma lente principal de 48 megapixels e um zoom de 2x (com 13 megapixels), o Infinix Zero 5G tira fotos com uma boa qualidade que tendem a ficar um pouco "lavadas" (com a exposição exagerada à luz).

As fotos poderiam sair com uma melhor correção de cor, incluindo as feitas à noite. Aqui a diferença foi maior – os concorrentes tiraram imagens no escuro que ficaram mais iluminadas na comparação.

As selfies, de 16 megapixels, são boas, mas também repetem o efeito um pouco mais esbranquiçado da câmera principal. O aparelho ainda tira fotos com modo retrato, que deixa o fundo borrado – um recurso comum às câmeras dos smartphones.

Bateria

A bateria do Infinix Note 5G aguentou 13h40 nos testes, o que indica uma boa duração longe da tomada durante o dia. E é a segunda melhor bateria entre os aparelhos avaliados, atrás apenas do Moto G82.

Esse número, porém, não significa que, após quase 14 horas longe do carregador, o smartphone vai descarregar por completo. Mas dá uma ideia geral de quanto tempo a bateria pode durar.

O Moto G82 5G, da Motorola, é o aparelho com a melhor duração de bateria entre os três modelos avaliados, mas o pior desempenho na comparação. Custava R$ 2.400 nas lojas da internet em agosto.

Desempenho

Dos três smartphones, o Moto G82 ficou em último lugar na lista – isso ocorre porque o modelo tem somente 6 GB de memória RAM, contra 8 GB dos concorrentes Infinix e Samsung.

Quanto mais memória RAM, melhor será o desempenho do smartphone. Não confundir com o armazenamento interno do aparelho, que guarda o sistema operacional, aplicativos e dados do dono do telefone.

Nos testes gráficos, o Moto G82 também ficou na última posição, com uma pontuação 50% menor que a dos competidores – o que significa que para jogar ele não é muito indicado.

Já nos testes com 5G, o Moto G82 atingiu a velocidade de 719 Mbps no download e 99 Mbps no upload. Foi um pouquinho mais rápido que os concorrentes.

Câmeras

O Moto G82 tem uma câmera tripla, que conta com um sensor de 50 megapixels, uma grande angular – que tira fotos de cenas mais amplas – de 8 mp e uma macro de 2 mp.

A câmera principal é boa, com fotos bem iluminadas tanto de dia quanto à noite. A câmera macro serve mais como uma diversão para ver detalhes de perto, mas não é o que faz alguém comprar um smartphone nessa faixa de preço. E as selfies de 16 megapixels também trazem um resultado bom.

Bateria

A bateria do Moto G82 é a campeã entre os três modelos, batendo 17h de uso – o que deve dar até dois dias longe da tomada – quase quatro horas a mais que o Samsung Galaxy M53.

Vale notar que os três smartphones têm a mesma capacidade de bateria (5.000 mAH) e o resultado da Motorola ocorre por contas de ajustes do consumo de energia feitos pela fabricante no sistema operacional do smartphone.

O Samsung Galaxy M53 5G tem a melhor câmera dos três modelos, mas a pior duração de bateria no comparativo.

O produto era encontrado nas lojas on-line por R$ 2.300 em agosto.

Desempenho

Nos testes de performance, o Galaxy M53 empatou com o smartphone da Infinix em primeiro lugar. Na avaliação gráfica, foi o melhor da lista, sendo o mais indicado para jogar.

No uso do 5G, seu desempenho foi muito similar ao do Moto G82, mas um pouco abaixo, com 660 Mbps de velocidade de download e 109 Mbps de upload – o mais veloz entre os três celulares.

Câmera

Com uma câmera de 108 megapixels no sensor principal, uma de 8 mp para fotos com maior ângulo de abertura e uma de 2 mp para detalhes em macro, o Galaxy M53 gerou as melhores imagens entre os três aparelhos, tanto de dia quanto à noite. A qualidade de imagem é muito boa, com bastante nitidez nas fotos.

As selfies de 32 megapixels também foram as melhores entre as três câmeras – e a com maior resolução entre os smartphones.

Bateria

A bateria do Galaxy M53 5G durou 13h nos testes. Apesar de ser a última da lista, o resultado obtido pelo smartphone da Samsung foi muito próximo ao do Infinix Zero 5G, com 13h40.

Conclusão

QUAIS OS DESTAQUES? Os três aparelhos estão mesma faixa de preço e trazem configurações técnicas muito similares, com desempenho muito parecido.

Apesar de serem aparelhos 5G mais baratos, as telas vêm com recursos de celular topo de linha, com taxa de atualização de 120Hz, melhor para vídeos e jogos, mas que consome mais bateria (de duas a três horas a menos de duração estimada com esse recurso ativado).

Vale notar que esses smartphones vêm com processadores mais eficientes e com melhor desempenho, fabricados em processos de 6 nanômetros. Para comparação, telefones mais caros lançados em 2022 já usam chips de 4 nanômetros, mais avançados ainda.

O Samsung Galaxy M53 tem a melhor câmera e desempenho e o Moto G82, a bateria de maior duração.

Ambos merecem destaque também por já virem com Android 12 e previsão de atualização de software pelos fabricantes.

O modelo da Infinix veio com Android 11 e, até a primeira publicação desta reportagem, a fabricante não tinha previsão de atualização do sistema operacional. Dois dias depois, a Positivo informou que o Android 12 seria liberado ainda neste mês.

DESIGN PARECIDO: Além das especificações, os três aparelhos são muito similares no design também, com acabamento em plástico e um "calombo" na traseira na área das câmeras.

Como foram feitos os testes

O g1 selecionou smartphones lançados em 2022 com conectividade 5G e valor médio de R$ 2.500 nas lojas on-line. Os produtos foram cedidos em caráter de teste e serão devolvidos.

Para os testes de desempenho, foram utilizados dois aplicativos: PC Mark e 3D Mark, da UL Laboratories. Eles simulam tarefas cotidianas dos smartphones, como processamento de imagens, edição de textos, duração de bateria e navegação na web, entre outros.

Esses testes rodam em várias plataformas – como Android, iOS, Windows e MacOS – e permitem comparar o desempenho entre elas, criando um padrão para essa comparação.

Para os testes de bateria, as telas dos smartphones foram calibradas para 70% de brilho, para poder rodar o PC Mark. Isso nem sempre é possível, já que nem todos os aparelhos permitem esse ajuste fino.

A bateria foi carregada a 100% e o teste rodou por horas até chegar ao final da carga. Ao atingir 20% ou menos de carga, o teste é interrompido e mostra o quanto aquele smartphone pode ter de duração de bateria, em horas/minutos.

O resultado é uma estimativa de quanto aquela bateria pode durar longe da tomada. Na prática o número da vida real pode ser distinto, já que não usamos o telefone da forma intensiva o tempo todo.

Para os testes de câmera, foram feitas fotos dentro de casa e na rua (quando possível), com várias mudanças de iluminação em cenários similares para poder comparar as imagens.

Os testes de 5G foram feitos usando uma linha da operadora Vivo, no bairro do Brooklin e na Avenida Paulista, em São Paulo. O aplicativo SpeedTest, da Ookla, serviu para medir velocidades de download e upload.

ATENÇÃO PARA O 5G: Os resultados do teste com 5G dependem de diversos fatores, como qualidade do sinal, distância da antena 5G, se o 5G é "puro" (o chamado standalone) ou compartilhado com a rede 4G ("non-standalone") e até mesmo usar o celular em ambiente interno ou externo.

Segundo Hélio Oyama, diretor de produtos da Qualcomm – que fabrica o chip do Moto G82 – o modem (que faz a transmissão e recepção de dados no celular) de um aparelho mais caro pode ser compatível com mais frequências de rede (as mais velozes) do que o modem de um smartphone mais barato.

Dessa forma, é possível encontrar velocidades mais altas em aparelhos mais caros com 5G. Não foi o caso neste teste.

"É bom lembrar que a velocidade pode variar bastante também em relação à condição da rede naquele momento, se tem muita gente conectada ao mesmo tempo, por exemplo", completa Samir Vani, gerente da MediaTek no Brasil – responsável pelo chip presente no Infinix Zero 5G e no Samsung Galaxy M53.

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