Vencedoras do leilão do 5G assinam termos de autorização para iniciar utilização de faixas
Os termos de autorização de uso das faixas de frequência foram assinados digitalmente na última sexta (3) pelas vencedoras
Por Jéssica Sant'Ana e Pedro Henrique Gomes, g1 — Brasília
Assinatura aconteceu em ato no Planalto. Expectativa é que sinal será ofertado somente após infraestrutura necessária estar pronta; calendário prevê início até julho de 2022.
O governo federal e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) fizeram nesta terça-feira (7) no Palácio do Planalto a cerimônia de assinatura dos contratos com as empresas vencedoras do leilão do 5G, a nova geração de internet móvel.
Os termos de autorização de uso das faixas de frequência foram assinados digitalmente na última sexta (3) pelas vencedoras e, agora, presencialmente.
O prazo de outorga, isto é, o tempo de direito de exploração das faixas, começa a contar a partir da publicação dos termos assinados no "Diário Oficial da União".
Uma vez publicados, as empresas já podem iniciar a utilização das faixas arrematadas, com exceção da de 3,5 gigahertz (GHz), que terá de passar por uma espécie de "limpeza" para transferir o sinal das antenas parabólicas.
A expectativa é que o sinal do 5G será ofertado somente após toda a infraestrutura necessária estar pronta. O prazo previsto em edital é oferecer o serviço inicialmente nas capitais até julho de 2022, e gradativamente nas demais cidades até 2029.
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'Hub de inovação'
Durante a cerimônia de assinatura dos termos de autorização, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que a celebração dos contratos é o primeiro passo para conectar 39 milhões de pessoas que hoje, segundo o ministro, não têm acesso à internet.
"O Brasil que o senhor [presidente Jair Bolsonaro] assumiu tinha quase 50 milhões de pessoas que não tinham acesso à internet, hoje temos 39 milhões e é com esse grupo que temos aqui hoje [empresas vencedoras do leilão] que vamos fazer com que essas pessoas que estão hoje sem celular, sem internet, sem poder estudar, isoladas do mundo, [possam se conectar]", afirmou.
Faria disse que o próximo passo é transformar o Brasil num "hub de inovação", trazendo uma empresa fabricante de semicondutores (chips) para o Brasil.
"E qual o próximo passo? Agora é chamar as empresas pra virem pro Brasil, temos hub de inovação na Califórnia (EUA), Europa, Ásia, e não temos no Brasil. Eu vou trabalhar todos os dias para que a gente possa buscar empresas para investirem no Brasil, empresas de tecnologia, quem sabe não tenhamos aqui uma planta de semicondutores, chips, estamos negociando pra trazer uma dessas pro Brasil", disse o ministro, sem dar mais detalhe sobre as negociações.
O Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) – estatal fabricante de chips – está em processo de liquidação (fechamento) pelo governo.
O decreto autorizando o fechamento foi assinado em dezembro de 2020. O processo estava previsto para ser encerrado neste ano, mas o Tribunal de Contas da União (TCU) paralisou a liquidação e pediu ao Ministério da Economia mais informações sobre os motivos que levaram o governo a decidir pelo fechamento da empresa.
O plenário ainda não analisou o mérito, ou seja, a legalidade ou ilegalidade do processo de extinção da estatal.
Neste ano, a escassez de chips afetou a indústria global, paralisando a produção desde montadoras de veículos a fabricantes de smartphones.
O leilão
O leilão do 5G aconteceu nos dias 4 e 5 de novembro e movimentou R$ 47,2 bilhões, valor abaixo dos R$ 49,7 bilhões esperados inicialmente.
Foram oferecidos lotes nacionais e regionais de quatro faixas de frequência
700 MHz;
2,3 GHz;
3,5 GHz;
26GHz.
Essas faixas funcionam como "avenidas no ar", por onde há a transmissão de dados.
As faixas de 3,5GHz e de 26GHz serão usadas exclusivamente para o 5G. Já as faixas de 700 MHz e de 2,3 GHz são compatíveis com quinta geração de internet móvel, mas serão usadas inicialmente para expandir o 4G pelo país.
O governo vai arrecadar R$ 4,8 bilhões com o leilão. O restante, R$ 42,4 bilhões, corresponde ao total que deverá ser investido pelas empresas vencedoras para cumprir obrigações previstas no edital.
Entre as obrigações estão:
levar internet de qualidade às escolas públicas de educação básica;
conectar 35,8 mil quilômetros de rodovias federais;
construir uma rede privativa de comunicação para a administração federal;
levar internet de fibra óptica, via fluvial, para a região amazônica.
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Vencedoras
Ao todo, das 15 empresas credenciadas para participar do leilão, 11 empresas arremataram algum lote. Porém, a FlyLink desistiu do lote que arrematou. Com isso, dez empresas foram credenciadas vencedoras do leilão do 5G.
Dessas, cinco já têm autorização para prestação de serviço móvel pessoal:
Algar Telecom;
Claro;
Telefônica (dona da marca Vivo);
TIM;
Sercomtel.
As demais são consideradas estreantes no mercado, pois não possuíam, até então, autorização para prestação de serviço móvel pessoal. São elas:
Winity (Fundo Pátria)
Cloud2U;
Consórcio 5G Sul (Copel Telecom e Unifique);
Brisanet;
Neko (Surf Telecom).
As cinco, contudo, não necessariamente vão virar novas operadoras de telefonia móvel destinadas a oferecer o serviço ao consumidor final, conhecida como operadora de varejo.
Caso tenham interesse, as empresas podem "alugar" a frequência arrematada para que outras operadoras ofertem o serviço, atuando como intermediárias. Nesse caso, são chamadas operadoras de atacado.
É o caso da Winity, provedora de infraestrutura de telecomunicações do Fundo Pátria, que já informou ao mercado que atuará no atacado.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/12/07/vencedoras-do-leilao-do-5g-assinam-termos-de-autorizacao-para-iniciar-utilizacao-de-faixas.ghtml
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