Família prepara ida de menino que vive em UTI no RS para nova casa

Menino já usa cadeira especial doada por família do Rio de Janeiro.

Maristani WeiandDa RBS TV     

No início deste ano, a família do menino Daniel Schneider, que há quatro anos vive em uma UTI no Norte do Rio Grande do Sul, sonhava com um respirador para poder levar o menino para fora do quarto. Agora, após receber o aparelho e mais R$ 150 mil em doações, a mãe Enir Lenz já prepara a ida da criança para o novo lar, comprado com o dinheiro arrecadado. "Eu quero que as pessoas sintam-se abraçadas. O sorriso do Dani é um abraço para todo mundo também”, diz Enir, emocionada.

A vida de Daniel teve uma mudança significativa nos últimos 90 dias. Ele não está mais na cama, mas em uma cadeira especial doada por uma família do Rio de Janeiro. Uma nova televisão ajuda a família a estimular o garoto com jogos interativos. Segundo a família, ele está mais feliz, esperto e ativo. “Qualquer gesto é mais do que tudo. Não sabemos explicar como cada coisinha é importante pra nós”, diz a mãe do menino.

Segundo o pediatra responsável pela criança, César Altino, a ida do menino para casa ainda depende de alguns detalhes. “Pretendemos testar exaustivamente este respirador e ter certeza de que funciona bem e não trará nenhum tipo de intercorrência para o nosso Daniel, para só depois darmos o próximo passo”, diz o médico.

Daniel sofre de síndrome de Werdnig Hoffmann, uma doença rara que causa atrofia muscular e compromete o sistema respiratório. Desde os cinco meses de idade, ele vive na UTI pediátrica do Hospital Vida e Saúde, em Santa Rosa. Para cuidar do caçula, a mãe fez curso de técnica em enfermagem e a família se mudou para uma casa alugada ao lado do hospital.

Agora, os pais reformam a nova casa e preparam um pedido para que o Estado monte uma UTI doméstica na residência. No que depender do Ministério Público Estadual, não haverá problemas. “Temos conhecimento de que o tratamento e a manutenção da criança na sua própria residência são muito importantes não só para sua recuperação, mas para que ela tenha uma melhor qualidade de vida, embora com algumas restrições”, diz o promotor de justiça Marcelo Squarça, do MP de Santa Rosa.

Doações internacionais
Grande parte do valor doado foi arrecadado após a divulgação do caso no G1 e na RBS TV, e partiu de várias partes do país e do mundo. Um grupo de brasileiros que mora em Michigan, nos Estados Unidos, realizou uma festa beneficente para ajudar o garoto. Além de pagarem ingressos para o evento, muitas pessoas também contribuíram espontaneamente, somando R$ 7 mil do valor total.

“Achei maravilhoso”, afirma Enir. “Achei muito importante pela mobilização deles. Até ligaram aqui para o hospital agradecendo por cuidarem tão bem do Dani. Para mim isso foi muito mais do que qualquer dinheiro. Não há dinheiro que pague isso”, conta.