'Nenhuma intercorrência': jovem com a ‘pior dor do mundo’ tem estado de saúde atualizado após entrar em sedação profunda
Durante os dois dias em que ficará em coma, a jovem passará por uma série de procedimentos
Carolina Arruda luta contra 'a pior dor do mundo' — Foto: Reprodução/ Instagram
Comunicado compartilhado nas redes sociais de Carolina Arruda revela que procedimentos estão acontecendo conforme o esperado; ela segue internada na Santa Casa de Alfenas (MG)
15/08/2025
A jovem Carolina Arruda, de 28 anos, está bem após ser colocada em sedação profunda. É que o revelou uma amiga em um comunicado nas redes sociais nesta sexta-feira (15).
No vídeo compartilhado no perfil da jovem, Priscila Guimarães diz que, até o momento, tudo saiu como o previsto. O boletim médico foi encaminhado pelo marido de Carol.
"Por enquanto, não há nenhuma intercorrência, está tudo ok, dentro do planejado. Programação de desligar a infusão [da medicação] no domingo e alta para o quarto na segunda-feira mais à tarde. Só notícias boas."
Carol Arruda, de 28 anos, foi internada na quarta-feira (13) na Santa Casa de Alfenas (MG) para uma série de procedimentos contra a neuralgia do trigêmeo. Ela luta há anos contra aquela que é considerada "a pior dor do mundo".
Jovem com a ‘pior dor do mundo’ tem estado de saúde atualizado
Procedimento visa atenuar a dor
O tratamento ao qual ela está sendo submetido faz parte do programa de especialização médica do Sistema Único de Saúde (SUS). Durante os dois dias em que ficará em coma, a jovem passará por uma série de procedimentos. A equipe vai fazer uma cirurgia para reposicionar um neuroes-timulador, será reabastecida uma bomba de infusão de medicamentos e será feito o "congelamento" do nervo que envia os sinais das dores ao cérebro, processo conhecido como "crioablação".
Como tratamento auxiliar, também será administrada uma infusão de cetamina e outros adjuvantes, aplicada por via venosa, sob monitoramento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
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Relembre o caso de Carolina Arruda
A veterinária tinha 16 anos quando teve a primeira crise de neuralgia do trigêmeo. Os pais pensavam que o incômodo intenso estava relacionado a uma infecção por dengue. “Eu sentia uma dor muito forte do lado esquerdo do meu rosto. Eu me apoiava no sofá da minha avó e gritava de dor. Esperneava, batia as pernas e chorava de tanto que doía”, lembra.
A possibilidade de dengue foi descartada quando os episódios se tornaram recorrentes. Arruda procurou por um especialista que pudesse dizer o que estava acontecendo, mas o diagnóstico só aconteceu depois que ela passou por 27 médicos e teve crises por quatro anos.
A neuralgia do trigêmeo é uma doença em que há uma disfunção do nervo trigêmeo ou V par craniano, que é responsável por conduzir a sensibilidade do rosto até o cérebro. Ela é nomeada como a “pior dor do mundo”, por causar um intenso desconforto na face, beirando o insuportável.
“É como se fossem facadas e choques elétricos no rosto. A dor dura de segundos a minutos, mas como são centenas de crises durante o dia, esses choques emendam um no outro e dói constantemente. As crises são tão fortes que, na maioria das vezes, eu desmaio e vomito bastante”.
A pior crise da veterinária quase a levou à morte, quando ela tentou cometer suicídio ao não aguentar mais a condição. “Enfiei um bisturi no meu pescoço porque queria me matar. Cortei a minha jugular e meu marido me encontrou caída, toda ensanguentada e me levou para o hospital”, relata.
Arruda ficou internada dois meses em uma clínica psiquiátrica para receber o tratamento adequado para a depressão profunda que desenvolveu devido à doença.
Quando a primeira entrevista com a veterinária foi publicada na Marie Claire, em março deste ano, ela explicou que demorou cerca de três anos após o diagnóstico da doença para ser operada pela primeira vez. A cirurgia é uma das opções de intervenção da condição.
“A minha primeira cirurgia foi a descompressão microvascular do lado esquerdo, que era o que eu tinha mais dor. Só que mais ou menos 15 dias depois do procedimento cirúrgico, eu estava internada de novo, com as mesmas dores”, lamentou.
A veterinária continuou tendo crises de dor por mais um ano até que a mesma equipe de neurologia decidiu realizar uma outra cirurgia. Só que, dessa vez, o procedimento cirúrgico seria do lado direito. “Fiz uma rizotomia por balão, que consiste em colocar o balão no gânglio do nervo, inflar e, então, ele seria morto. Uma semana depois, eu estava com dor de novo. Não tinha resolvido nada”, relatou. Naquele momento, ela ouviu da equipe de neurologia que não havia mais nada a ser feito para melhorar o seu quadro.
A mineira precisou ir ao hospital diversas vezes para receber medicações devido à dor causada pela neuralgia do trigêmeo, até que foi submetida novamente a mais uma cirurgia depois de ter uma parada respiratória internada, devido à quantidade de remédios usados. Ela passou pela neurólise por fenolização dos dois lados do rosto.
https://revistamarieclaire.globo.com/saude/noticia/2025/08/jovem-com-a-pior-dor-do-mundo-tem-estado-de-saude-atualizado.ghtml





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