Professor de SC cria tecnologia inédita no mundo para monitorar glicose sem furar o dedo — Foto: Vinicius Tóffoli/NSC

Por Caroline Borges, Reginaldo de Castro, Vinícius Tóffoli, g1 SC, NSC e NSC TV - 28/10/2024 

Dispositivo mede o nível de glicose no sangue através de sinais elétricos na pele, segundo especialista da Universidade do Estado de Santa Catarina.

Professor de SC cria aparelho para monitorar glicose sem precisar furar o dedo na medição

Um projeto da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) criou uma tecnologia para monitorar a glicose sem furar o dedo de pacientes. Nomeada de E-Gluco, a ferramenta monitora os níveis de glicose sanguínea de maneira não invasiva 24 horas por dia.

O projeto teve início em 2012 e é liderado pelo engenheiro biomédico Pedro Bertemes Filho, professor de Engenharia Elétrica da universidade no Campus de Joinville, no Norte do estado. De acordo com o especialista, o dispositivo mede o nível de glicose no sangue através de sinais elétricos na pele. 

Disponível na versão 3.0, o aparelho já é utilizado por pacientes do Hospital de Azambuja, em Brusque, no Vale do Itajaí. Em setembro, ele foi selecionado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para testes de interesse para os serviços de saúde no Brasil.

Conforme a Udesc, o aplicativoarmazena as medições, processa e apresenta os dados ao usuário em formato fácil de entender. Ele utiliza inteligência artificial para fornecer insights úteis sobre os dados coletados, como tendências de níveis de glicose ao longo do tempo e até mesmo preven-ções de surtos de hipoglicemia.

👉 O objetivo principal do E-Gluco é tornar o monitoramento da glicose sanguínea mais fácil e acessível para as pessoas sem o uso de sensores extras, especialmente aquelas que sofrem de diabete tipo 1.

Relógio ou smartwatch

Para o próximo ano, Filho acredita que a tecnologia poderá ser utilizada em formato de relógio ou smartwatch, com voluntários. A previsão o professor é que o aparelho seja autorizado para uso comercial em 2028.

"Vai ser usado por um diabético no dia a dia, carregando para cima e para baixo, dormindo com ele também, porque vai estar monitorando o tempo todo a glicose", afirmou o professor.

Diabetes tipo 1

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune na qual o sistema imunológico ataca e mata as células do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. O problema é considerado uma patologia crônica e é hereditário.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), no Brasil há mais de 13 milhões de pessoas convivendo com a doença – sendo que cerca de 5% a 10% dos casos são de diabetes tipo 1.