Suécia confirma primeiro caso de mpox do 'tipo mais grave'
A mpox, chamada varíola dos macacos identificada pela primeira vez em colônias de macacos, em 1958. Só foi detectada em humanos em 1970.
Por Roberto Peixoto, g1
Partículas do vírus da mpox vistas em microscópio eletrônico. — Foto: NIAID
Ministro da Saúde do país disse que confirmação 'é do tipo mais grave' da doença, o Clado I. Nova variante que está preocupando a OMS faz parte justamente desse clado (mas o Clado Ib, em específico) e parece estar se espalhando mais facilmente por meio de contatos próximos.
A Suécia confirmou nesta quinta-feira (15) seu primeiro caso de mpox do "tipo mais grave" da doença que recebeu esta semana o mais alto nível de alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Tivemos a confirmação durante a tarde de que temos um caso na Suécia do tipo mais grave de mpox, aquele chamado Clado I", disse o ministro da Saúde do país, Jakob Forssmed, em uma entrevista coletiva.
Ainda segundo ele, o paciente em questão foi infectado durante o período em que viajou para o continente africano, onde existe um grande surto de mpox do Clado I. Na Suécia, esse paciente teve a infecção cofirmada e está sob cuidados médicos.
A nova variante que está preocupando a OMS faz parte justamente desse clado (mas o Clado Ib, em específico) e parece estar se espalhando mais facilmente por meio de contatos próximos rotineiros, como é o caso entre crianças.
A Suécia, contudo, não confirmou se o novo clado é especificamente o Ib, esse que está relacionado com a rápida propagação da mpox que vem acontecendo no continente africano, ou o Ia, que é transmitido principalmente por roedores e tem pouca propagação entre humanos.
Se confirmada, contudo, esta seria a primeira vez que o Clado Ib é identificado fora do continente africano.
Além do Clado Ib, existem mais outras três variantes reconhecidas do vírus: o Clado Ia, presente na Bacia do Congo, com mortalidade de até 10%, transmitido principalmente por roedores e com pouca propagação entre humanos; o Clado IIa, que ocorre na África Ocidental, com baixa mortalidade; e o Clado IIb, que provocou o surto de 2022 no Brasil e em outros países do mundo.
Os cientistas ainda desconhecem a causa genética das diferenças na virulência (sua capacidade de produzir casos graves e fatais) e transmissão desses vírus.
Também não está claro se essas mudanças são resultado apenas de fatores comportamentais e ambientais ou se o vírus da mpox está se adaptando a um novo hospedeiro.
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Mudança de nome
A mpox era chamada de varíola dos macacos porque foi identificada pela primeira vez em colônias de macacos, em 1958. Só foi detectada em humanos em 1970.
Entretanto, o surto mundial de 2022 não tem relação nenhuma com os primatas - todas as transmissões identificadas foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas.
Por causa disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um processo de consulta pública para encontrar um novo nome para a doença e assim combater o racismo e estigma provocado pelo nome.
Durante o processo, foram ouvidos vários órgãos consultivos até chegar no termo "mpox" (do inglês, "monkeypox").
https://g1.globo.com/saude/noticia/2024/08/15/suecia-primeiro-caso-de-mpox.ghtml
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