(DMRI) é uma das grandes causas de cegueira irreversível em idosos

(DRMI) todos os fumantes devem ser aconselhados a pararem com o hábito.

Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é uma das grandes causas de cegueira irreversível em idosos, porque acomete a mácula, que é a região da retina responsáveis pela visão de cores e detalhes.

Inicialmente na mácula aparecem as drusas, que é o primeiro sinal da doença. Idade avançada,  inflamação e níveis elevados de citocinas angiogênicas, como “Vascular Endothelial Growth Factor (VEGF)”, contribuem para o desenvolvimento da doença.

A degeneração macular relacionada à idade (CID H35.3) é classificada em forma seca e úmida.

Já a forma úmida, figuras, abaixo, a principal característica é o aparecimento de neovascularização de coróide, que causa extravasamento de sangue e “gordura”, o que leva a perda visual grave.

Existem vários fatores de riscos para o desenvolvimento e progressão da degeneração macular relacionada a idade: hereditariedade, tabagismo, raça branca e idade avançada e colesterol.

Estudos mostram que as drusas são compostas em grande parte de colesterol, sendo assim, o colesterol alto pode causar o desenvolvimento ou piorar a degeneração macular em determinados casos com predisposição genética.

Por isto, apesar de ainda não estabelecido na literatura, seria interessante manter o  colesterol baixo, na tentativa de diminuir a pregressão das drusas.

Quais são os sintomas causados?

No estágio precoce da degeneração macular , quando há somente a presença de drusas, o paciente pode ser assintomático ou apresentar somente redução leve da visão, desconforto visual.

A figura abaixo mostra as drusas, que são pequenas manchas amareladas

Contudo, com a progressão, o indivíduo apresenta perda visual mais acentuada e até grave, quando há o desenvolvimento de neovascularização de coróide, forma úmida da doença

Afinal, o que são drusas?

Drusas são depósitos amarelados de basicamente gorduras que se localizam debaixo da retina.

Existem dois tipos de drusas, as duras caracterizadas por serem pequenas, bem definidas ao exame e mais separadas uma das outras e as moles que são maiores, apresentam limites mal definidos e estão muito próximas uma das outras.

Entretanto, as drusas moles são as que apresentam maior risco para a degeneração macular relacionada à idade e, assim, devem ser acompanhadas mais de perto.

Abaixo a foto mostrando múltiplos pontos brancos que são as drusas moles.

Degeneração Macular

Quais o exames utilizados no diagnóstico da degeneração?

Dentre os exames temos:

Exame da visão para avaliar a dificuldade visual do paciente, geralmente a forma seca não causa sintomas

Mapeamento de retina para avaliar a presença de drusas, forma seca ou neovascularização de coróide, forma úmida

Retinografia para documentar os achados como: presença de drusas (forma seca) ou sangue e “gordura” (forma úmida)

Angiografia da retina com contraste:

Estuda os vasos da retina e da coróide, contudo com a injeção de contraste na veia, o paciente pode ter reações, como vômitos e alergia, podendo esta ser grave

Tomografia de coerência óptica (OCT), hoje considerado o principal exame para o diagnóstico, acompanhamento e tratamento da doença.

A forma úmida caracteriza-se pela presença de neovascularização abaixo da retina. Sendo assim, é responsável pelo “vazamento” de líquido para dentro da retina.

O que há de novo para o diagnóstico e acompanhamento dos pacientes?

6. Angiografia por tomografia de coerência óptica, exame recente que dispensa o uso de contraste pela veia para avaliar os vasos da retina e coróide, e assim, o paciente não corre o risco de ter os efeitos colaterais do contraste. 

Este exame vem revolucionando o nosso entendimento nesta doença, pois hoje descobrimos que alguns paciente tem a forma úmida sem estar diminuindo a visão. A chamada degeneração macular forma não exsudativa.

Quais os principais tratamentos para a degeneração macular relacionada à idade?

1. Medidas gerais para tratamento da degeneração macular relacionada à idade?

Existem diversos tipos de tratamento para a DMRI. Inicialmente, as primeiras medidas seriam o controle de alguns fatores de risco. Dada a forte associação da moléstia com o tabagismo, todos os fumantes devem ser aconselhados a pararem com o hábito.

Os pacientes devem diminuir a ingestão de gordura, pois estudo recente demonstrou que atorvastatina em dosagem elevada pode contribuir para impedir a progressão da doença, porque levam a diminuindo os níveis de colesterol.

Manter peso e pressão arterial saudáveis e aumentar ingestão de alimentos antioxidantes, como vegetais de folha verde (espinafre e couve-flor), ovos entre outros. Isto porque estes alimentos apresentam luteína e zeaxantina, que são pigmentos carotenóides responsáveis por proteger os fotorreceptores, presentes na mácula, da luz azul.

Atualmente, a dose recomendada diária é de 10 mg de Luteína e 2 mg de Zeaxantina.

Há muito tempo existe a hipótese de que os antioxidantes limitam o dano causado pelo “stress” oxidativo na mácula. Já foi demonstrado em estudos que o uso diário de dieta suplementar de antioxidantes e vitaminas, reduziu a progressão da degeneração macular relacionada à idade.

2. Qual o melhor tratamento da degeneração macular relacionada à idade?

A partir de 2005, os antiangiogênicos que se tornaram o melhor tratamento para a forma úmida da doença pela grande melhora visual que ele proporciona. O tratamento é realizado com a injeção do medicamento dentro do olho com uma agulha de insulinas, sendo assim, o paciente, dificilmente, sente dor com a aplicação.

Geralmente, são necessárias no mínimo 3 aplicações com intervalo de 1 mês entre elas. Contudo, como é comum a recorrência da lesão, em média o paciente terá que fazer por volta de 7 aplicações ao ano. 

Contudo, para aqueles pacientes com perda visual grave, isto é, que já apresentam seqüelas cicatriciais irreversíveis da doença, os auxílios de visão subnormal, como as lupas e telelupas, além de vídeos eletrônicos magnificadores e reabilitação visual podem ajudar a melhorar a qualidade de vida no dia-a-dia dos pacientes acometidos.

A degeneração macular tem cura?

Infelizmente, a degeneração macular não tem cura mas tem controle, se o paciente for diagnosticado precocemente e o tratamento realizado adequadamente, a chance do paciente perder a visão pela doença torna-se bastante reduzida.

Alguns pacientes perguntam: “Vou ter que me submeter a injeção pelo resto da vida?”

“Alguns pacientes podem não precisar mais de tratamento após 3 aplicações, contudo, a maioria não poderá interromper o tratamento com injeções, pois podem ter sangramento ou inchaço na mácula e, assim, perder todo o benefício do tratamento realizado até então. Tudo dependerá da avaliação periódica”  explica o Prof. Dr. Rony oftalmologista especialista da USP.

Então, por que injeção dentro do olho todos os meses?

“Muitos pacientes me perguntam do motivo de ter  que fazer injeção dentro do olho todo mês”, relata o Prof. Rony. Para isto, foi escrito um artigo e se houver interesse é só clicar aqui

“Doutor, eu ficarei totalmente cego, tudo vai ficar escuro?

“A resposta é não!” A degeneração macular causa perda do centro da visão, isto devido ao aparecimento de uma cicatriz, foto abaixo. Por isso, a visão periférica é preservada pela doença!

Na maioria das vezes, isto ocorre porque os pacientes demoram a procurar atendimento, ou a serem tratados.

Degeneração Macular Cicatriz

Degeneração Macular e Cirurgia de Catarata

“Posso cirurgia de catarata para restaurar a visão se tiver degeneração macular?” A resposta é sim, entretanto existem alguns fatores que tem que ser considerado. Primeiramente, o médico, pelo exame tem que descobrir, qual condição está mais afetando a sua visão, se a catarata ou a degeneração macular, geralmente ambas têm participação na piora da visão.

A cirurgia de catarata em quem tem a degeneração macular pode não restaurar sua capacidade de realizar tarefas de perto, como a leitura.

A remoção da catarata permitirá que mais luz entre no olho, mas isso pode não ser suficiente para uma boa visão central. Precisamos de uma lente clara e de uma retina saudável para uma visão nítida.

A cirurgia de catarata piora a degeneração macular?

A resposta não é totalmente conhecida neste momento.

Se você tem a forma “seca” da DMRI, não há evidências de que a cirurgia de catarata tornará sua degeneração macular pior. No entanto, se você tiver a forma úmida, não está claro se a cirurgia de catarata afetará negativamente sua degeneração macular.

A cirurgia de catarata causa inflamação no interior do olho, o que, teoricamente, poderia piorar a degeneração macular úmida.

Contudo, os resultados de vários estudos foram inconsistentes. Também não há evidências de que a cirurgia de catarata tornará mais provável o desenvolvimento de degeneração macular seca ou úmida, se você ainda não tem. 

https://www.institutoderetina.com.br/home/degeneracao-macular-2/