SAÚDE: Mulheres são mais propensas a desenvolver espondilolistese

A doença degenerativa atinge as vértebras da coluna e pode afetar qualidade de vida do paciente

Por: Marina Costa

Por: Estúdio DP 

Foto Dilvulgação

Dor lombar intensa, formigamento e dor nas pernas ao caminhar. Esses são uns dos principais sintomas da espondilose, uma doença degenerativa que atinge as vértebras da coluna e interfere na qualidade de vida do paciente. Em termos simples, a espondilose é o desgaste natural das vértebras e dos discos intervertebrais, e com o passar do tempo, pode evoluir para espondilolistese, o escorregamento de uma vértebra sobre outra. A doença, que atingiu a cantora Alcione, é mais comum em mulheres acima de 50 anos e jovens praticantes de esportes são as mais propensas a desenvolver a doença degenerativa.

Segundo o neurocirurgião e especialista em dor do Hospital Jayme da Fonte, Dr. Nêuton Magalhães, as dores nas costas, muitas vezes, são tratadas como algo comum depois de um dia longo e cansativo. Porém, quando essas dores persistem, é um sinal de que algo mais grave pode estar acontecendo. ''A principal causa da espondilose é o envelhecimento. Com o passar dos anos, os discos intervertebrais perdem água e se tornam menos flexíveis. Isso leva ao desgaste, resultando na condição que conhecemos'', explica.

Acredita-se que, por fatores hormonais e de osteoporose, as mulheres acima de 50 anos são as que mais sofrem com o desenvolvimento da doença. Além disso, um trauma ou lesão na coluna podem acelerar o processo degenerativo, assim com a má postura, comum na era digital, onde passamos horas em frente às telas sem o suporte correto para a coluna. Também é importante considerar o fator genético no desenvolvimento da doença. A espondilolistese é classificada em cinco graus, conforme a porcentagem de escorregamento da vertebra sobre outra. São eles: grau I, menos de 25%; grau II, 26% a 50%; grau III, 51% a 75%; grau IV, 76% a 100%; e grau V, com o escorregamento completo da vertebra, sendo o tipo mais grave.

''Atendi um paciente, um profissional liberal de 47 anos, com queixas de uma dor lombar persistente que se irradiava para as pernas e piorava na posição sentada. Durante nossa consulta, ele descreveu um estilo de vida comum a muitos: sentado na maior parte do dia, muitas vezes sem se levantar por horas. Após uma série de exames, chegamos ao diagnóstico: espondilolistese lombar, L5-S1, grau I'', conta o especialista. O diagnóstico da doença degenerativa pode ser feito por meio de testes clínicos, histórico do paciente e exames de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética.

O tratamento é planejado conforme os sintomas apresentados pelo paciente e do grau diagnosticado. Em geral, as intervenções consistem em: fisioterapia, fundamental para fortalecer os músculos das costas, melhorar a postura e aliviar a dor; medicamentos anti-inflamatórios e relaxantes musculares; o uso de suporte ergonômico; e a atividade física.

''A dor na coluna não é algo que devemos ignorar. Por trás dessa dor pode haver uma condição mais séria, como a espondilose. O diagnóstico precoce, tratamento e a prevenção são vitais. E lembre-se, cada passo dado em direção ao cuidado com a sua coluna é um passo em direção a uma vida mais saudável e livre de dores'', finaliza Dr. Nêuton Magalhães.

O complexo hospitalar Jayme da Fonte é referência em neurologia e ortopedia, com especialistas e um centro de imagens. Instalado no bairro das Graças, conta com equipe técnica multiprofissional, equipamentos de última geração e moderna UTI, além de urgência e emergência para atendimento em diversas especialidades.

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