Capacete Elmo: 66% dos pacientes com o dispositivo não precisaram ser intubados, diz pesquisa
Até o momento, o estudo avaliou 1.570 prontuários de pessoas que ficaram internadas com o Capacete Elmo
Estudo avaliou cerca de 1.570 prontuários de pessoas que ficaram internadas entre novembro de 2020 e novembro de 2021 em dois hospitais de Fortaleza.
Por g1 CE
Capacete Elmo permite ofertar oxigênio a uma pressão definida ao redor da face, sem necessidade de intubação. Equipamento é usado em pacientes com Covid. — Foto: Governo do Ceará/ Divulgação
Uma pesquisa constatou que 66% dos pacientes que utilizaram o capacete Elmo não precisaram ser intubados. Os resultados foram apresentados na última quarta-feira (19). O estudo Elmo Registry, desenvolvido pela Gerência de Pesquisa em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), foi divulgado nesta semana.
Até o momento, o estudo avaliou 1.570 prontuários de pessoas que ficaram internadas entre novembro de 2020 e novembro de 2021 em dois hospitais de Fortaleza. O resultado prévio da análise, que segue em andamento até o fim de 2022, foi apresentado pelo superintendente da ESP/CE e idealizador do capacete, Marcelo Alcantara, durante o evento Gestão de Inovação do Capacete Elmo, na sede da Escola de Saúde.
O encontro reuniu grande parte dos desenvolvedores que participaram do projeto, para que eles tivessem, além do reconhecimento, um momento de confraternização e celebração.
"Dois terços dos pacientes não foram intubados. Isso é muita coisa, pois eram pessoas que estavam em estado grave. As taxas de intubação que levantamos de outros trabalhos chegam a 60%. Com o Elmo, nós reduzimos para 34%. Precisamos ainda ampliar a base de dados, mas esse resultado preliminar é bem positivo", disse Alcantara durante o evento.
Capacete Elmo
Uma das vantagens do capacete Elmo é que ele pode ser desinfetado e reutilizado, além do custo inferior em relação aos respiradores mecânicos. — Foto: Viktor Braga/UFC
O Elmo foi criado em abril de 2020 a partir de uma força-tarefa público-privada entre ESP/CE, Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) – por meio do Senai Ceará –, Universidade de Fortaleza (Unifor), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Esmaltec.
Acomodado ao pescoço do paciente, o Elmo permite ofertar oxigênio a uma pressão definida ao redor da face, sem necessidade de intubação. Dessa forma, a pessoa consegue respirar com auxílio da pressurização e oferta de oxigênio. O sistema possibilita, portanto, a melhora na respiração e pode ser utilizado fora de leitos de UTI.
O equipamento pode ser desinfectado e reutilizado. Outro benefício é o custo inferior em relação aos respiradores mecânicos e a maior segurança para os profissionais de saúde, já que, por ser vedado, não permite a proliferação de partículas de vírus.
Além disso, o Elmo se configura como um legado da pandemia para a saúde e pode tratar outras enfermidades que comprometem o funcionamento dos pulmões, como pneumonia e H1N1.
https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2022/10/21/capacete-elmo-66percent-dos-pacientes-com-o-dispositivo-nao-precisaram-ser-intubados-diz-pesquisa.ghtml
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