Ministério da Saúde amplia dose de reforço contra a Covid-19 para adolescentes

Na falta da Pfizer "por motivos logísticos ou de acesso", a CoronaVac poderá ser administrada.

Por Melissa Duarte — Brasília

Profissional de saúde prepara uma dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19. — Foto: MAHMUD HAMS / AFP

Antes, recomendação ao grupo se restringia aos imunossuprimidos. Aplicação será quatro meses após a segunda dose.

O Ministério da Saúde liberou nesta sexta-feira a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para adolescentes de 12 a 17 anos. O intervalo para a terceira dose, preferencialmente de Pfizer, será de quatro meses após a segunda. Até agora, a terceira aplicação estava disponível apenas para quem tinha acima de 18 anos ou imunossuprimidos.

Após o GLOBO antecipar a ampliação do reforço, o ministério publicou a nota técnica em que orienta como estados e municípios devem conduzir essa aplicação, ainda sem data para começar. Cabe à pasta enviar as doses, mas cada unidade federativa tem autonomia para definir os próprios calendários de vacinação.

Na falta da Pfizer "por motivos logísticos ou de acesso", a CoronaVac poderá ser administrada. A exceção é para adolescentes imunossuprimidos, gestantes e puérperas, que deverão receber exclusivamente Pfizer.

Técnicos da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI-Covid) já haviam recomendado a medida há cerca de duas semanas. Agora, a pasta chancelou a aplicação da terceira dose no grupo após receber os últimos dados epidemiológicos que faltavam antes de bater o martelo.

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Dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), alimentado pelo ministério, registram que pelo menos 8.059 jovens de 12 a 17 anos foram internados por Covid-19 no Brasil desde o início da pandemia até o último domingo. Do montante, 729 tiveram a morte confirmada pela doença. A letalidade hospitalar da faixa etária está em 9,04%, o que aponta para os riscos e as complicações da doença para o grupo.

A recomendação anterior da pasta definia que apenas os adolescentes imunossuprimidos deveriam receber a dose de reforço, além da quarta dose. No grupo, incluem-se pacientes em tratamento de quimioterapia, com HIV/Aids ou que passaram por transplante, entre outros.

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Segundo as orientações do ministério, adolescentes podem receber duas doses de Pfizer ou de CoronaVac. A pasta, contudo, não indica a vacina produzida pelo Instituto Butantan como opção para reforço por gerar menor produção de anticorpos contra a Covid-19. Já a AstraZeneca e a Janssen não têm aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação em pessoas menores de idade.

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