Planalto procurou Anvisa para pedir ajuda com nova portaria sobre regras para viajantes

Brasil rejeita passaporte da vacina e decide exigir quarentena de cinco dias de viajantes não vacinados

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O Palácio do Planalto procurou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após o pronunciamento desta terça-feira (7) dos ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Ciro Nogueira (Casa Civil), para pedir ajuda na formulação da nova portaria que vai normatizar a entrada de viajantes no Brasil.

O blog apurou com membros da Anvisa que o governo indicou a intenção de "se adequar" às regras que há mais de um mês vêm sendo recomendadas pela agência reguladora.

No pronuncialmento, Queiroga informou que o governo pedirá quarentena de cinco dias para viajantes não vacinados que pretendam ingressar no Brasil.

Governo rejeita passaporte da vacina: "mais discórdia do que consenso cria"

Diretores do órgão consideraram que o anúncio do governo foi positivo, apesar do "sinal trocado" no discurso sobre liberdades feito, em especial, pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga — nesta terça, o presidente classificou como "coleira" o chamado passaporte de vacinação.

A agência divulgou nota nesta terça afirmando não conhecer o texto formalmente.

"Com relação ao anúncio dos ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e da Casa Civil, Ciro Nogueira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aguarda a publicação da nova portaria sobre atualização das medidas excepcionais e temporárias para entrada no País como forma de enfrentamento da Covid-19", diz o texto.

Uma fonte chegou a afirmar ao blog que, se o texto confirmar a exigência de cinco dias de quarentena para não vacinados, “a vacina se consolida definitivamente” entre viajantes que procuram o Brasil.

O Planalto pretende publicar a portaria na tarde desta quarta (8), em resposta ao pedido de informações feito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.

Segundo um integrante da Anvisa, o Brasil já possui estrutura em andamento para a quarentena dos não vacinados.

As pessoas que chegam no país e precisam ser submetidas à quarentena informam um local de isolamento ao governo, e o monitoramento é feito pelos Centros de Informação em Saúde municipais e estaduais.

Os custos para uma pessoa não vacinada entrar no Brasil são altos: teste RT-PCR negativo até 72 horas antes; hospedagem em local que possibilite quarentena; e um novo teste RT-PCR negativo ao fim do isolamento.

Técnicos da Anvisa veem esse protocolo como um desestímulo à recepção dos não vacinados.

O maior problema que ainda persiste são as declarações do governo em sentido oposto.

"Infelizmente se reforça pouco a importância da vacina", afirmou um membro da Anvisa ao blog.

https://g1.globo.com/economia/blog/ana-flor/noticia/2021/12/07/planalto-procurou-anvisa-para-pedir-ajuda-em-nova-portaria-sobre-regras-para-entrar-no-pais.ghtml