Ministério da Saúde recomenda a reserva da segunda dose da CoronaVac
Desde meados de fevereiro, no entanto, os estados questionam critérios e cobram mais doses contra a Covid-19
Novas doses de CoronaVac chegaram a Porto Alegre nesta quarta (24) — Foto: Rodger Timm / Palácio Piratini
No caso da vacina da AstraZeneca, governo diz que o cronograma de produção será diferente e que os imunizantes já podem ser aplicados sem reserva.
Por Delis Ortiz, TV Globo
O Ministério da Saúde mudou a orientação sobre a aplicação de vacinas contra a Covid-19 no país. Na quarta-feira (24), a pasta informou que os estados deverão reservar a segunda dose da CoronaVac para garantir que ela seja aplicada de 2 a 4 semanas depois da primeira. No caso da vacina da AstraZeneca/Oxford, o cronograma de produção será diferente e os imunizantes estão "disponíveis para uso total".
"A pactuação não chegou a um acordo, devido à mudança no cronograma de entrega do Instituto Butantan. Desta forma se faz necessário a aplicação de uma dose e guarda da segunda. Contudo, as doses da vacina AstraZeneca/Fiocruz estão disponíveis para uso total sem guardar a segunda dose", disse, em nota, o Ministério da Saúde.
A orientação é diferente da anterior, feita na sexta-feira (19). Em reunião com representantes da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou que havia decidido fazer uma mudança na estratégia da vacinação da CoronaVac: cada dose restante deveria ser aplicada em uma nova pessoa, sem reservar metade do imunizante para a segunda dose.
Como argumento para a estratégia, o governo explicou que o ritmo de chegada de novas doses vai se acelerar, e que não será mais preciso reservar metade dos imunizantes de uma leva para a segunda dose. A leva seguinte seria suficiente para isso.
Desde meados de fevereiro, no entanto, os estados questionam critérios e cobram mais doses contra a Covid-19. Representantes de ao menos quatro estados - Pará, Santa Catarina, Tocantins e Espírito Santo - fizeram críticas ao governo. Além deles, outros estados passaram a buscam caminhos para comprar suas próprias doses, como é o caso da Bahia com a vacina Sputnik V.
Com esse cenário, mesmo com a liberação para aplicação de todas as doses disponíveis, alguns estados preferiram esperar um posicionamento mais oficial do governo. Capitais brasileiras optaram por manter o estoque e garantir a segunda dose. Campo Grande, Curitiba, Salvador e Rio Janeiro precisaram pausar a imunização enquanto um novo carregamento não chega para vacinação dos próximos grupos prioritários.
https://g1.globo.com/bemestar/vacina/noticia/2021/02/24/ministerio-diz-que-ira-manter-lotes-ja-disponiveis-da-coronavac-reservados-para-a-segunda-dose.ghtml
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