Ceará chega ao 60º transplante de medula óssea

Por Igor Gadelha 

O Ceará chegará, nesta sexta-feira (19), ao 60º transplante de medula óssea desde 2008. Segundo o chefe do departamento de Transplante de Medula Óssea do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fernando Barroso, o procedimento será do tipo autólogo – quando o paciente recebe células sadias da própria medula.

O transplante, de acordo com o médico, será realizado durante a manhã, no HUWC, em um paciente do sexo masculino vítima de linfoma – o mesmo câncer que o ator Reynaldo Giannecchini teve. Este será o 20º procedimento realizado no Estado neste ano, conforme a Secretaria da Saúde (Sesa). O número já supera os 17 transplantes realizados no ano passado.

A quantidade vem crescendo desde 2008 – quando foi realizado o primeiro transplante de medula no Ceará. Segundo a Sesa, foram dois procedimentos naquele ano, sete em 2009, 14 em 2010 e 17 em 2011. O primeiro do tipo autólogo no Estado ocorreu em setembro de 2008. Dos 59 pacientes transplantados até agora, apenas dois não sobreviveram, conforme a Secretaria.

Doar medula não causa comprometimento ao doador

A medula óssea é um líquido que fica armazenado dentro de alguns ossos do corpo e que tem como função produzir as células do sangue. O transplante pode ser do tipo autólogo ou alogênico – quando a medula vem de outra pessoa. A doação dura cerca de duas horas e é feita em um centro cirúrgico, sob anestesia. A retirada não provoca comprometimento à saúde do doador.

A busca por doadores compatíveis é feita por meio do Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome), criado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). O sistema reúne informações básicas de identificação e especificidades, como resultados de exames e características genéticas. Para se cadastrar como doador, basta procurar algum Centro de Hamotologia e Hemoterapia.

Ceará já realizou 957 transplantes de órgãos e tecidos

O Ceará já realizou 957 transplantes até a última segunda-feira (15). De acordo com a Sesa, foram 216 de rim, 7 de rim/pâncreas, cinco de coração, 133 de fígado, três de pulmão, 19 de medula óssea, 14 de válvula cardíaca, 526 de córnea, um de pâncreas isolado, dois de pâncreas-rim e 11 de esclera. Esse número fez com que o Estado assumisse o segundo lugar na doação de órgãos e tecidos do país.