Antiviral em teste detém avanço da Covid-19 em macacos
Sars-Cov-2, o novo coronavírus, ao infectar uma célula, o vírus se multiplica no seu interior dos pulmões
Imagem de microscopia mostra o Sars-Cov-2, o novo coronavírus, infectando uma célula: à esquerda, imagem circular mais clara mostra uma célula repleta de vírus, que se multiplica no seu interior. — Foto: IOC/Fiocruz
Estudo testou um antiviral em dois grupos compostos por seis macacos que foram infectados com o coronavírus; entre os animais que tomaram o remédio, um teve dificuldades para respirar, entre os que não tomaram, todos enfrentaram problemas.
Por France Presse
Um antiviral experimental deteve o progresso da Covid-19 em macacos, revela um estudo publicado na sexta-feira (17) pelo instituto americano de doenças infecciosas.
A experiência preliminar, ainda não analisada pela comunidade científica, foi realizada para complementar estudos que utilizam a droga em pacientes hospitalizados com o novo coronavírus.
O estudo empregou dois grupos compostos por seis macacos, que foram infectados com o vírus Sars-Cov-2, responsável pela pandemia de Covid-19.
Um dos grupos recebeu o antiviral em testes, e o outro não teve tratamento.
Doze horas após a infecção do vírus, o grupo de teste recebeu uma "dose por via intravenosa" e "uma dose de reforço diária durante seis dias", revelou o Instituto.
Antes de chegar aos pulmões
Os pesquisadores se concentraram em administrar o tratamento justo antes da doença alcançar sua maior virulência nos pulmões.
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Apenas um dos macacos tratados com o antiviral apresentou leves dificuldades respiratórias, enquanto todos os animais não tratados tiveram problemas para respirar.
"A quantidade de vírus presente nos pulmões foi muito mais baixa no grupo tratado e o Sars-Cov-2 causou menos danos a estes animais em relação aos não tratados", destacaram os pesquisadores.
O antiviral foi um dos primeiros medicamentos utilizados como tratamento experimental contra o novo coronavírus. Os testes clínicos aleatórios se encontram em uma etapa avançada de desenvolvimento.
O site americano de notícias de saúde Stat informou que o antiviral se mostrou muito eficaz em um hospital de Chicago onde estão vários pacientes que participam dos testes.
O remédio se modifica no organismo para se parecer com um dos quatro elementos constitutivos do DNA, os nucleotídeos.
Quando os vírus se replicam, o fazem "rapidamente e com um pouco de negligência", explica o virologista Benjamin Neuman, da Universidade do Texas A&M. A droga aproveita isto para se incorporar ao vírus e produzir mutações que acabam por destruí-lo.
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