Dona de casa descobre agulha esquecida na coluna após sete anos

'Se tivesse engolido a agulha, eu teria rasgado as tripas', diz a mulher.

Cassiane SeghattiDo G1 PR

Há um mês, a dona de casa Geni de Oliveira, de 40 anos, que mora em Toledo, no oeste do Paraná, descobriu, após fazer um Raio-X, que está com uma agulha alojada na região da coluna. Em entrevista ao G1, a filha relatou que a mãe sofre de dores na cabeça e nas costas há sete anos, quando fez uma cesariana para dar à luz o último filho. O parto ocorreu no Hospital Bom Jesus, também em Toledo.

A filha, Juliana Priscila de Oliveira, de 23 anos,  conta que durante todo esse tempo, os médicos diziam que a dor era em decorrência de uma enxaqueca. Após anos de sofrimento, sem entender a causa, a mulher insistiu para que fosse feito um novo exame de raio-x, que acabou detectando a agulha. “Eles [médicos] não sabem explicar o motivo”, diz.

Após a descoberta do objeto, os médicos já levantaram várias hipóteses para o aparecimento da agulha no exame. Segundo Geni, já disseram até que ela poderia ter engolido o objeto. "Se eu tivesse engolido essa agulha, eu teria rasgado as minhas tripas", afirma.

Para ela, a maior probabilidade é que a agulha tenha sido esquecida durante a cesariana. "Depois que eu tive o meu filho que sinto essas dores. Dor na cabeça e no corpo. Eu achava que era problema no rim", lembra a dona de casa.

Cuidados com a mãe
Juliana diz que foi preciso largar o emprego para cuidar da mãe doente. “É uma luta. Ela não consegue se mexer. Ela vai fazer alguma coisa e já sente dor. Sempre sentiu dor durante esses sete anos”, diz.

Após passar muito mal, no fim de agosto, Geni ficou internada por três dias no mesmo hospital onde fez a cesariana. Conforme Juliana, apesar da gravidade, o médico mandou a mãe dela para casa, porque não havia profissional especializado para fazer o procedimento. Ele, então, encaminhou a 20º Regional de Saúde um pedido para uma cirurgia com um cirurgião torácico.

A filha diz que, desde lá, a mãe não recebeu nenhuma resposta de quando a cirurgia será realizada. “Nossa, a minha mãe está sofrendo demais. A gente não sabe o que faz porque ela só chora, não come”, revela.

Para Geni, a retirada do objeto é a única forma de voltar a ter uma vida normal. "Eu quero tirar logo isso para poder criar o meu filho", espera.

Quero tirar logo isso para poder criar o meu filho"

Geni de Oliveira

Agulha de costura
Em nota, o hospital Bom Jesus disse que a paciente consultou-se no pronto socorro da instituição com um médico e cirurgião geral. Depois de passar por exames de Raio-x e de Tomografia de tórax, foi constatado que havia uma agulha alojada no organismo dela. No entanto, o caso não foi configurado como de urgência.

A nota diz ainda que o hospital está à disposição caso haja qualquer problema enquanto a paciente aguarda o procedimento de eletivo. Por último, disse: “é importante ressaltar que a agulha apresenta característica para fins de costura e não há semelhança com material cirúrgico”. A assessoria do hospital disse não saber que a mulher sentia dores há sete anos.

Já o chefe da divisão de atenção de gestão e saúde da 20º Regional de Saúde, Alberi Locatelli, disse que o internamento está sendo providenciado. E que apenas esperam a resposta de dois hospitais para saber se há vaga ou não para o internamento. “Assim que ela internar, ser for constatado a necessidade de cirurgia, logo ela faz a cirurgia”, explicou Locatelli.