Porto Alegre terá primeiro hospital público de alta complexidade para animais do Brasil
por Adriano Queiroz
A prefeitura da capital gaúcha tem até uma Secretaria Especial dos Direitos Animais, que já promove iniciativas ligadas à saúde animal
Parece que o sonho de Leonardo da Vinci de que a humanidade entenderia o íntimo dos animais está mais perto de se concretizar. Aqui no Brasil, por exemplo, 2012 marca a inauguração do primeiro hospital veterinário público, em São Paulo e 2013 deve marcar o início das atividades do primeiro hospital veterinário público de alta complexidade.
A iniciativa é da prefeitura de Porto Alegre (RS), que criou até uma Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda). As obras estão previstas para iniciar até o final do ano e durar dez meses. O Hospital Municipal Veterinário Vitória dará prioridade do atendimento gratuito para animais de famílias, com renda até três salários mínimos.
O hospital terá área de 1,1 mil m² e incluirá procedimentos de média e alta complexidade, para animais vítimas de maus tratos e atropelamentos. Além de recursos públicos, o hospital terá parcerias da empresa Nova Vicenza, do Sindicato dos Médicos Veterinários e do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Sul.
O hospital terá quatro salas para cirurgia, duas áreas de preparação e UTI, além das estruturas de triagem, quarentena e canil com capacidade para 120 animais. A presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários, Maria Angelica Zollin, classificou o novo empreendimento como “um marco para a saúde e o bem-estar animal”.
Mas antes de o projeto gaúcho sair do papel, o Hospital Veterinário do Tatuapé, administrado pela Associação de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Aclinvepa) e mantido pela Prefeitura de São Paulo se mantém como a única iniciativa do gênero a funcionar no País. A prefeitura paulistana destina um repasse mensal de R$ 600 mil para a instituição.
Criado para atender casos de baixa complexidade, o hospital veterinário paulista atende de 70 a 100 casos por dia, incluindo consultas, retornos, internações, exames e cirurgias. São 25 profissionais da saúde animal e mais 25 funcionários de serviços gerais. Ainda assim, a espera média para o atendimento na instituição pode chegar a quatro horas.
Diariamente, 40 novas fichas de atendimento são abertas para pessoas que procuram o hospital comprovando baixa renda, por meio da participação nos programas Bolsa Família e Renda Mínima. Uma assistente social atesta se o proprietário do animal se enquadra no perfil do público que tem direito ao tratamento gratuito. ”Você percebe que, dando alívio ao sofrimento de um animal, você cura também o dono”, conclui o veterinário Renato Tartália.
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