100 pacientes recebem atendimento de emergência em recepção, no CE
Falta de energia elétrica obriga pacientes a voltarem para casa.
G1 CE, com informações da TV Verdes Mares
O Hospital Geral de Fortaleza (HGF) é novamente motivo de reclamações entre pacientes. Nesta manhã desta quarta-feira (25), o hospital não realizou exames laboratoriais por falta de energia elétrica e os pacientes tiveram de voltar para casa. Além disso, com uma câmera escondida, a equipe da TV Verdes Mares flagrou a improvisação do atendimento de emergência na recepção do hospital a 100 pacientes. O lugar é chamado de “piscinão”.
A mãe da zeladora Liduína Ferreira sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) há seis dias e preocupa a filha. “Ela [mãe] está no 'piscinão' e é cheio de contaminação. Ela está respirando com ajuda de aparelhos. Eu estou preocupada, tenho medo que ela pegue uma infecção. Lá está lotado, é triste”, disse Liduína.
A emergência no espaço destinado à recepção do hospital foi separado com o auxílio de biombos. A equipe de reportagem da TV Verdes Mares não foi autorizada a entrar, mas com uma câmera escondida foi possível flagrar médicos, enfermeiros e acompanhantes com dificuldade para transitar em meio a lotação. A higiene e a medicação dos pacientes é realizada na frente de todos.
HGF
O hospital informou que a emergência conta com 96 leitos e mais 12 leitos de recuperação pós cirúrgico. Mas, por dia, recebe 80 pacientes além da capacidade. Esta semana, o governo do estado contratou 30 leitos na Santa Casa de Misericórdia exclusivamente para receber pacientes do HGF. Desde o dia 1º de julho, 20 leitos do Hospital Geral da Polícia Militar foram reservados para receber pacientes do HGF e mais 20 leitos foram contratados no Hospital Fernandes Távora que também vai receber pacientes até o final da semana.
Falta de energia elétrica
Nesta quarta-feira uma fila de pacientes aguardava para realizar exames, mas foram mandados embora por falta de energia elétrica. “Era para ter um gerador, ninguém pode ficar sem energia em um hospital. Fora o que acontece lá dentro, no banheiro não tem nem papel higiênico”, disse o professor Márcio Costa, que faltou ao trabalho para acompanhar o filho transplantado para realizar exames. Alguns pacientes decidiram esperar na rua o retorno da energia elétrica.
Uma mulher da cidade de Acopiara, a 345 km de Fortaleza, chorava do lado de fora da unidade por não conseguir notícias do pai internado há uma semana. “Ligaram para Acopiara dizendo que meu pai tinha morrido na UTI e eu não tenho nenhuma informação. Não me deixam entrar, tem de falar com a assistente social e tem uma fila enorme”, disse.
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