No encontro, além dos presidentes de PT e PR, ainda estavam presentes o deputado estadual, Roberto Mesquita (PV), o candidato petista, Elmano de Freitas, o suplente de deputado Wagner Sousa, o coordenador da campanha do PT em Fortaleza, o ex-líder do Governo Cid, Antônio Carlos, o presidente do PTN em Fortaleza, Alípio Rodrigues, o presidente da Câmara, Acrísio Sena, o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, e o vereador do PRTB, João Batista.

Lúcio
De acordo com informações dos bastidores da política local, alguns partidos estão disputando a indicação para vice-prefeito, como o PTN, que quer que seu líder na Câmara, Alípio Rodrigues, seja o escolhido. O PV já afirmou que, mesmo que não tenha a vice-prefeitura, apoiará Elmano de Freitas, mas, segundo Raimundo Ângelo, há um interesse da sigla em ter o candidato.

Já Lúcio Alcântara informou que o suplente de deputado Wagner Sousa, ao contrário do que estava sendo colocado pela imprensa local, não deverá ser o nome a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo PT, pois, de acordo com ele, Wagner deverá se candidatar a vereador, para poder puxar o maior número de votos para a legenda.

Lúcio Alcântara disse ainda que ficará a cargo do PT fazer essa escolha e que já teria apresentado alguns nomes de sua legenda para o posto, mas não iria revelá-los para não prejudicar o processo de escolha. O nome deve sair ainda nesta semana, visto que, no sábado, acontece a convenção partidária do PT, na qual será homologada a candidatura de Elmano de Freitas e a coligação formada até então por PSC, PTdoB, PR, PRTB, PTN, PV e, possivelmente, PTC. Este último esteve representado na convenção do PSB, oficializando apoio à candidatura do deputado Roberto Cláudio à Prefeitura.

Partidos aliados
"Ainda iremos começar uma discussão sobre o nome do vice, nada está definido. Precisamos de um amplo debate com os partidos aliados, que se inicia hoje", disse o presidente do PT em Fortaleza, Raimundo Ângelo, ressaltando que Alípio Rodrigues, do PTN, seria um "ótimo nome" para assumir o posto. Durante a confirmação de apoio de PR e PRTB à candidatura de Elmano, o dirigente disse que o Partido dos Trabalhadores já construiu uma aliança com forças suficientes para ganhar a eleição.

Lúcio disse também que não aceitou ser o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo PT devido a um impedimento de ordem legal, uma vez que é presidente do Instituto do Câncer no Ceará, entidade filantrópica que tem contrato com os governos e recebe recursos públicos. Para poder ser candidato, ele diz que teria que ter se afastado da sua função até o dia 7 de junho, mas não o fez, segundo ele, devido a uma indefinição que havia entre PT e PSB para manutenção ou não da aliança.

Desmerecer
"Obviamente eu não me afastei e fiquei impedido de aceitar esse convite, que para mim foi muito honroso e em nada iria me desmerecer. Pelo contrário, seria um reconhecimento como cidadão e profissional. Não pude aceitar por uma razão de ordem legal, que me impedia de ser companheiro dele (Elmano). Mas vou estar integrado na campanha, vou trabalhar, fazer tudo o que eu puder, em respeito à cidadania e ao povo cearense", discursou o presidente do PR.

Segundo ele, a aliança entre PT e PR demonstra a autonomia do poder municipal. "Nós do PR, eu particularmente, constituímos, desde 2007, uma oposição ao grupo que está no Governo do Estado. Eu não poderia estar em outro lugar. Até porque nunca tive conflitos insanáveis com o PT e seus integrantes", disse o dirigente.

Ironizar
O ex-governador salientou ainda que a aliança dos dois partidos não se restringe a acordo entre as siglas "que se juntam no palanque e depois ficam se hostilizando porque existem complicações insanáveis", mas, de acordo com ele, o que está em jogo é a formação de um polo político partidário com propostas para a sociedade.

Lúcio Alcântara aproveitou o momento para ironizar com o governo de Cid Gomes, que nos últimos meses foi abalado por denúncias de deputados estaduais. "A Luizianne conduz com esforço, com dificuldade, a gestão de Fortaleza, mas não vi nenhuma critica que revelasse algum escândalo na sua administração, se tem falha, algum pecado, todos nós temos. A gente tem que ter capacidade de autocrítica. É um governo que não comprometeu a gestão. Não tem consignado, não tem jatinho, não tem banheiro. Ela é cumpridora da ética e digna de meu respeito", concluiu.