Ex-senadora registrou estatuto de seu novo partido em cartório.

Do G1, em Brasília

A ex-senadora Marina Silva registrou na manhã desta terça-feira (27) o estatuto de seu novo partido, chamado de Rede, no 1º Cartório de Registro de Pessoa Jurídica de Brasília. Antes de protocolar o documento, Marina criticou as posturas dos atuais partidos políticos brasileiros e disse que o foco das legendas passou a ser "o poder pelo poder".

"Eu acho que a solução do país passa pela transformação da política. Os partidos políticos, a maioria dos que estão aí, deixaram de pensar a política a partir de debate de ideais para o país, porque o foco passou a ser o poder pelo poder", afirmou.

Perguntada sobre a busca da Rede por aliados políticos para a disputa das eleições, Marina disse que seu novo partido não quer "pragmatismo".  "A política tem que se conectar com aquilo que é sua função precípua, que é discutir projeto e visão do mundo. Não queremos uma política pragmática".

Para concorrer nas eleições de 2014, a Rede precisa registrar 500 mil assinaturas no Tribunal Superior Eleitoral até outubro de 2013. Marina foi questionada se, pelo fato de ainda não ter o registro no TSE, a Rede larga atrás na disputa eleitoral. Para ela, "não é o momento de discutir candidaturas e eleição, deve se discutir os projetos e propostas para melhoria do país".

O deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), que é um dos principais apoiadores da Rede e já anunciou que vai migrar para o partido, também criticou a disputa eleitoral antecipada. Ele fez referência a comentário do ex-deputado Ciro Gomes, que disse em entrevista a uma rádio de Fortaleza que o governador de Pernambuco e um dos nomes cotados para 2014, Eduardo Campos,  "não tem proposta para o pais".

“Não é hora de discutir candidatura entre os partidos. Enquanto estão falando de eleição e brigando,  estamos falando de proposta de melhorias para o país. Daqui a pouco vai ser a presidente brigando com o governador de Pernambuco e quem vai sofrer é o povo pernambucano”, afirmou Sirkis.    

O anúncio da criação da Rede foi feito oficialmente no dia 16 de fevereiro. Na ocasião, a líder da legenda, Marina Silva, disse que o partido não é "nem oposição nem situação a Dilma". Marina também afirmou que "obviamente" encara a possibilidade de disputar a presidência da República em 2014.