Dilma e Temer mantêm apoio a nomes do PMDB na Câmara e Senado
Brasília. A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer reafirmaram em encontro ontem os nomes indicados pelo PMDB para presidir Câmara e Senado a partir de fevereiro, em conformidade com o acordo firmado entre PT e PMDB, as maiores bancadas do Congresso Nacional.
Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, não foram debatidas durante a reunião as recentes denúncias publicadas na imprensa envolvendo os favoritos para os postos - Renan Calheiros (PMDB-AL), que deverá assumir o comando do Senado, e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) o da Câmara.
Reservadamente, Temer avalia que já era esperado o bombardeio voltado para Renan e Henrique Eduardo Alves, em função dos postos que pretendem assumir, mas que as denúncias, sobretudo envolvendo o deputado, não foram suficientes ainda para abalar a candidatura.
O favoritismo de ambos não considera, porém, resistências internas entre os parlamentares e o próprio partido - cuja maior evidência está na candidatura independente de Rose de Freitas (PMDB-ES), atual vice-presidente da Câmara - nem as disputas envolvendo a sucessão da liderança do PMDB na Câmara e no Senado. Renan e Henrique Eduardo Alves são os atuais líderes nas respectivas Casas.
A reunião entre Dilma e Temer foi definida durante contato telefônico no domingo à noite. Já nessa conversa prévia foi feita uma análise ampla do cenário político para 2013 - ano pré-eleitoral - novamente debatida na reunião de ontem.
A análise debatida por Dilma e Temer contemplou, por exemplo, a necessidade de manter uma aproximação permanente com o aliado PSB. Dilma, inclusive, se reuniu no início da noite de ontem com o governador de Pernambuco e presidente nacional da legenda, Eduardo Campos. Como se tratou do primeiro encontro formal entre Dilma e Temer neste ano, outras questões de governo foram debatidas, como um roteiro prévio de viagens internacionais no horizonte próximo.
A aguardada troca no primeiro escalão do governo, prevista para ocorrer em meados deste mês, não foi objeto de discussão.
Oposição
O líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), afirmou ontem que o apoio da sigla à candidatura do líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), à presidência da Câmara está mantido mesmo após as denúncias publicadas neste fim de semana.
"No momento, não há nenhum elemento objetivo que mude o entendimento nosso em relação à posição sobre a eleição da Mesa Diretora da Câmara".
Ele afirmou que a decisão de apoiar o líder do PMDB para o comando da Casa foi unânime dentro da sigla. Segundo ele, até o momento, não foi questionado por seus liderados sobre a situação de Alves ou sobre o apoio do partido ao potiguar.
Araújo afirmou que a aliança com Alves deve ser mantida, a não ser que haja situações que inviabilizem o apoio por parte não só do PSDB, mas de qualquer partido.
Reportagem da Folha de S. Paulo apontou que emendas parlamentares de Henrique Alves beneficiaram a empresa da qual Aluizio Dutra de Almeida, tesoureiro do partido no Rio Grande do Norte e assessor do deputado na Câmara desde 1998, é sócio.
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