CENTRO-SUL - Não houve acordo para obras em rodovia de Cedro

Cedro Permanece ainda sem solução o impasse para conclusão da rodovia asfaltada interligando os distritos de Várzea da Conceição e Lajedo à CE-153, na zona rural deste município, na região Centro-Sul. A obra foi paralisada há um mês em decorrência de um impasse surgido com um dos proprietários de terra onde a via deveria ter segmento, na localidade de Curralinho. Até a próxima segunda-feira, a Prefeitura vai tentar um acordo para solucionar o problema.

Na última quarta-feira, o gerente de Obras e de Engenharia Rodoviária do Departamento de Edificações e Rodovias (DER), Antonio Quirino, em companhia do engenheiro José Edvan Teixeira e do engenheiro residente do 9º Distrito Operacional de Iguatu, Francisco de Assis de Oliveira Peixoto, esteve reunido com o prefeito de Cedro, Nilson Diniz, com o objetivo de buscar uma solução para o caso.

A pavimentação asfáltica está praticamente concluída, faltando apenas um trecho de 60 metros. Quem segue na estrada deve tomar um desvio e os moradores temem que, com a chegada do período chuvoso, o trecho fique intransitável. "Ficou acertado que o prefeito vai tentar um entendimento com o proprietário da área para que este dê permissão para a conclusão da estrada", disse Peixoto. "Nós esperamos uma solução rápida, pois a comunidade poderá ficar prejudicada no inverno".

Quirino solicitou que, se não houver concordância do proprietário, o município deve ingressar na Justiça com uma ação de desapropriação, declarando a área de utilidade pública. O chefe de gabinete da Prefeitura, Manoel Bezerra, disse que até, a próxima segunda-feira, a administração municipal vai procurar um entendimento com o agricultor, Edmar Ferreira Lima, proprietário da área. "Vamos tentar um acordo", disse. "Se não houver, vamos analisar o caso e decidir o que fazer".

Bezerra, por enquanto, não quis falar sobre a possibilidade de o município fazer a desapropriação da área. "O DER está transferindo o problema para a Prefeitura, mas, a nosso ver, essa questão deveria ser encaminhada pelo próprio DER, responsável pela obra, que é estadual", frisou. "Vamos estudar o caso".

Um dos sócios da Empresa Silveira Sales, que está construindo a rodovia, Marcos Salles, lamentou o ocorrido e disse que a construtora espera uma solução amigável para o problema. "Já tentamos vários acordos", disse. "Propomos construir um bueiro com passagem para que o produtor tenha acesso sob a rodovia para a área de cultivo de capim, e um pequeno açude, mas ele não aceitou". Salles disse ainda que a construtora permanecerá até o fim deste mês, aguardando uma decisão sobre o caso.

O agricultor Edmar Lima explicou que é contrário à passagem da rodovia em sua terra porque será prejudicado e argumenta que a obra deveria ser feita seguindo o trajeto original da antiga estrada de terra.

"Essa via já tem mais de 40 anos e sempre os carros passaram sem problemas", disse. "Não aceito que a estrada passe sobre minhas terras porque tenho um pequeno sítio, uma plantação de capim, que vai ficar do outro lado da pista e será ruim para atravessar com carga e animais", ponderou.

O filho, Eudimar Mariano Ferreira, reconhece que a rodovia vai trazer benefício para todos, mas discorda do novo traçado. "Se a estrada passar nas nossas terras vai acabar com a nossa roça e vamos viver de quê?", indagou. "Os outros serão beneficiados e nós seremos prejudicados, e isso não é justo".

HONÓRIO BARBOSA
REPÓRTER