VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA: Unidades móveis ajudarão mulheres
As mulheres da zona rural que são vítimas de violência ganharão um apoio diante da enorme carência de políticas públicas que assegurem acesso a mecanismos de denúncia dos abusos que sofrem. A partir de março de 2013, 54 unidades móveis atenderão mulheres vítima de violência em todos os Estados. Pelo menos duas unidades virão para o Ceará. A medida foi anunciada pela ministrachefe da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, Eleonora Menicucci. Os veículos prestarão assistência social, jurídica e psicológica às mulheres do campo e da floresta.
Segundo a ministra, as unidades móveis de atendimento à mulher vítima de agressão estarão entregues até março de 2013 a todos os Estados. O alvo são lugares onde não há órgãos que hoje fazem parte do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher: as delegacias especializadas, centros de referência da mulher em situação de violência, casas abrigo, juizados e Varas da Violência Contra a Mulher, dentre outros.
Muitas mulheres não denunciam, ou deixam de denunciar, porque é um longo caminho até acionar o Estado e que este dê garantias de proteção às vítimas e, quando é necessário, seus filhos. Mas segundo Eleonora Menicucci, as denúncias têm aumentado quanto mais as "portas" estão abertas para elas.
Desde que foi lançado em 2006, o Ligue 180 atendeu 2,7 milhões de pessoas com denúncias sobre as várias formas de abusos contra a mulher, sendo a agressão física responsável por 56,26% das ligações. As outras são psicológica (27,21%), moral (12,19), sexual (1,92%) e patrimonial (1,58).
Há um ano teve início o atendimento a mulheres no Exterior pelo Ligue 180. De janeiro a outubro deste ano, foram 62 ligações válidas de Portugal, Itália e Espanha, neste último viabilizando a desarticulação de uma quadrilha de tráfico de mulheres.
"O Governo Federal tem criado outras formas de apoio às mulheres por meio outros programas sociais que implementam o protagonismo, feminino, como o Minha Casa Minha Vida, Brasil Sem Miséria e Pronatec Mulher", afirmou a ministra em entrevista ao Diário do Nordeste durante o 2º Pacto Global pelo fim da Violência contra as Mulheres, evento internacional realizado em Brasília, no último dia 28, com 50 autoridades e ativistas de 11 países.
Empresas na campanha
Para marcar os 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência contras as Mulheres, foi lançada a segunda fase da campanha "Compromisso e Atitude - A Lei é Mais Forte". Enquanto no primeiro momento o engajamento foi do Judiciário - a partir do Conselho Nacional de Justiça-, agora o alvo são as empresas e organizações da sociedade civil. O Instituto Avon foi a primeira entidade privada a aderir à Campanha, na semana passada. Desde 2008, quando criou a campanha "Fale sem Medo", o instituto doou R$3,7 milhões para ações relacionadas à causa. "Temos por uma das missões apoiar soluções inovadoras para acabar com a epidemia de violência contra mulheres e meninas", afirmou presidente mundial e CEO da Avon, Sheri McCoy.
O repórter viajou a Brasília a convite da Avon Foundation for Women e do Insituto Avon
MELQUÍADES JÚNIOR
REPÓRTER*
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