Exército prende 19 militares por falha na fiscalização de armas e pede prisão preventiva de 6 suspeitos por furto de metralhadoras em quartel
As prisões começaram a ser cumpridas a partir de quarta-feira (25) no próprio Arsenal de Guerra
No total, 19 militares cumprem prisão disciplinar. Como não têm participação direta no crime ficarão detidos de um a 20 dias. E ao menos seis militares tiveram prisões preventivas pedidas à Justiça Militar. Das 21 armas desviadas, 17 foram recuperadas.
Por Kleber Tomaz, Bruno Tavares, g1 SP e TV Globo* — São Paulo
Cerca de 480 militares foram 'aquartelados' depois que 21 metralhadoras foram furtadas do Exército em Barueri, Grande São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo e Exército brasileiro
O Exército prendeu disciplinarmente 19 militares acusados de falharem na fiscalização e controle das armas do Arsenal de Guerra, em Barueri, Grande São Paulo. E também pediu à Justiça Militar a prisão preventiva de outros seis que são investigados como suspeitos de participarem diretamente do furto das 21 metralhadoras do quartel.
Resumo:
23 militares são investigados por terem falhado administrativamente - desses, 19 foram punidos com prisões disciplinares. Eles estão presos no Arsenal de Guerra, não necessariamente dentro de celas.
outros 7 são investigados criminalmente por suspeita de participarem diretamente do furto das armas - desses, o Exército pediu à Justiça Militar a prisão preventiva de 6. ainda não há decisão judicial.
Dezenove militares foram presos administrativamente por terem deixado de fiscalizar e conferir o armamento durante o período em que ele desapareceu. Eles não têm participação direta no crime, mas ficarão detidos de um a 20 dias de cadeia.
As prisões começaram a ser cumpridas a partir de quarta-feira (25) no próprio Arsenal de Guerra. Mas caberá ao comandante do local decidir se os militares ficarão em celas ou se estarão proibidos de sair do quartel. Os presos ainda poderão trabalhar nesse período. A reportagem apurou que eles permanecerão na base como no esquema de "aquartelamento", sem poderem ir para suas casas.
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Mais quatro militares são investigados no mesmo processo administrativo por falhas na conferência das armas do armazém do Arsenal de Guerra. O Exército ainda não decidiu se eles serão punidos.
Dois tenentes-coronéis vão ficar presos por 20 dias. Um major e um capitão ficarão detidos por 10 dias. Entre os detidos tem os oficiais de dia, que tem patentes de subtenente a tenente em sua maioria. No grupo de quem foi preso administrativamente tem aqueles que cumprirão punição de cinco dias de prisão se forem militares de carreira. Os que são temporários ficarão um dia na cadeia.
Prisões preventivas
Exclusivo: militares desligaram intencionalmente rede elétrica do quartel do Exército de onde 21 metralhadoras foram roubadas
A reportagem também apurou que ao menos outros seis militares tiveram as prisões preventivas pedidas pelo Exército por serem investigados por suspeita de terem tido participação direta no furto das 13 metralhadoras calibre .50 e das oito metralhadoras calibre 7,62.
Até a última atualização desta reportagem a Justiça Militar ainda não havia dado uma decisão a respeito da solicitação. Caso haja decretação das prisões, os militares vão para o 2º Batalhão da Polícia do Exército, em Osasco. E se forem julgados e condenados, as penas vão de 1 ano a quase 30 anos de prisão, se somadas.
"O feito a que você se refere encontra-se em segredo de justiça. Por essa razão, a Justiça Militar não irá se pronunciar", informa nota divulgada por sua assessoria de imprensa.
Procurado, o Ministério Público Militar (MPM), que acompanha o caso, informou por comunicado que não passaria "informações sobre as investigações e o trâmite processual".
O sétimo militar que também era investigado por envolvimento direto no crime não teve nenhuma prisão solicitada até esta quinta-feira (26).
O Comando Militar do Sudeste investiga os crimes militares de furto, peculato, receptação e extravio no caso.
Segundo o Instituto Sou da Paz, o furto das 21 metralhadoras é o maior desvio de armas já registrado no Exército brasileiro desde 2009, quando sete fuzis foram roubados em um batalhão em Caçapava, no interior de São Paulo.
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/10/26/exercito-prende-militares-por-falha-na-fiscalizacao-de-armas-e-pede-prisao-preventiva-de-suspeitos-por-furto-de-metralhadoras-em-quartel-1.ghtml
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