Atos terroristas em Brasília: evangélicos afirmam que foram mobilizados por igrejas, diz colunista

Outras pessoas afirmaram ter sido financiadas por empresários e doações para viajar até o Distrito Federal, revela a coluna

Autor Gabriel Damasceno 

Manifestantes golpistas bolsonaristas invadiram e depredaram os prédios dos três Poderes(foto: Evaristo Sá / AFP) 

De acordo com o colunista Aguirre Talento, da Uol, ao menos cinco depoimentos citaram o envolvimento de templos religiosos no ato terrorista 

Evangélicos que foram presos no ato terrorista de 8 de janeiro revelaram à Polícia Federal (PF), em depoimentos, que igrejas de vários estados do Brasil financiaram e organizaram caravanas para o evento que invadiu e depredou prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações foram reveladas pelo colunista Aguirre Talento, do Uol, nesta quarta-feira, 15.

De acordo com a reportagem, ao menos cinco depoimentos citaram o envolvimento de templos religiosos no ato terrorista. Três denominações estariam envolvidas: a Igreja Presbiteriana Renovada, do Mato Grosso; a Igreja Batista de Maceió, de Alagoas; e a Assembleia de Deus de Xinguara, do Pará. Em outros depoimentos, os extremistas confirmaram a mobilização, mas se negaram a informar o nome das instituições.

Outras pessoas afirmaram ter sido financiadas por empresários e doações para viajar até o Distrito Federal, revela a coluna.

Edinilson Felizardo da Silva, de Minas Gerais, contou aos policiais que recebeu a passagem gratuitamente de um pastor. Trecho de seu depoimento diz que "teria conversado com um pastor, que não se recorda o nome, que teria conhecido próximo ao Quartel em Uberlândia, e ele informou que o interrogado poderia ir no ônibus de graça para Brasília".

Um outro detento, Ademir Almeida da Silva, de Maceió, informou que recebia uma ‘mesada’ de R$ 400 de Adiel Brandão de Almeida, que é pastor de uma igreja batista.

"Ao longo da viagem, a gente foi cooperando com ele. Ele pagou algumas coisas, ele estava com pouco dinheiro, alguns lanches nós rateamos, outros lanches não. Além disso, nós não tivemos participação em nada disso aí", afirmou Ademir à coluna.

"Isso é financiar a ida de alguém? Não é. Financiar é quando você está dizendo que todas as despesas, transporte, comida, almoço e janta eram por minha conta, aí seria financiar. E mesmo que alguém fosse financiar, não é da conta de ninguém não", disse o pastor, em depoimento.

A Polícia Federal prendeu 2.151 pessoas em flagrante por terem participado do ato golpista. Dessas, 745 foram liberadas imediatamente após a identificação; 392 pessoas permanecem na cadeia.

Leia mais em: https://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2023/03/15/atos-terroristas-em-brasilia-evangelicos-afirmam-que-foram-mobilizados-por-igrejas-diz-colunista.html