De olho na formação da base, 13 partidos compõem equipe de transição do governo

No total, 134 parlamentares, considerando deputados federais, estaduais e senadores, compõem a equipe de transição

GOVERNO LULA

Até o momento, 25 parlamentares mineiros confirmara presença no núcleo de transição

Por Letícia Fontes 

O leque ideológico dos deputados que fazem parte da equipe de transição do governo Lula tem chamado a atenção por conta da diversidade de partidos. A estratégia, segundo fontes do próprio PT, é atrair parlamentares e legendas para uma futura base no próximo governo que começa em janeiro.

Até o momento, 13 siglas já confirmaram presença no núcleo de transição. Entre os mineiros, 25 parlamentares integram a lista. Os nomes vão desde da vereadora de Belo Horizonte Duda Salabert (PDT) ao deputado federal Newton Cardoso Júnior (MDB).

De acordo com o líder do PT na Câmara dos Deputados, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT), o PT ainda negocia a participação de mais partidos para compor a equipe de transição. Segundo o parlamentar, o União Brasil pode ser a próxima sigla a fazer parte do grupo.

"Estamos trabalhando para ter uma base forte. A nossa equipe de transição tem buscado aproveitar vários saberes e conhecimentos, além de poder desfrutar da experiência acumulada de muitos líderes e deputados", afirma Reginaldo Lopes, que foi recentemente nomeado para fazer parte do núcleo central de governo.

No total, 134 parlamentares, considerando deputados federais, estaduais e senadores, compõem a equipe de transição. Com 53 nomes, o PT tem o maior número de indicados, seguido do PSD, que emplacou 19 integrantes. Compõem ainda a lista de partidos o MDB, o PSB, o Agir, o Pros, o Avante, o Solidariedade, o PV, o PSOL, o PCdoB, a Rede e o PDT.

Reginaldo Lopes, a maioria dos parlamentares são voluntários. Apenas 17 nomes têm cargos remunerados. Regulada por lei, a transição é um processo feito para que o governo eleito possa se inteirar do funcionamento da administração que deixa o Palácio do Planalto. De acordo com a atual legislação, até 50 cargos podem ser remunerados. Os salários variam de R$ 2.701,46 a R$ 17.327,65.

Mineiros

Apesar de estarem fazendo parte da equipe de transição do governo Lula, alguns parlamentares negam uma futura aliança com o próximo governo. Convidado para fazer parte do grupo técnico da saúde, o deputado federal eleito Welligton Prado (Pros) ressalta que sua indicação independe de questões políticas.

"Minha indicação tem foco no combate ao câncer, como presidente da 1ª Comissão Especial de Combate ao Câncer no Brasil, minha contribuição independe de questões partidárias e será no planejamento das ações governamentais e nas melhorias urgentes que precisam ser feitas. A minha preocupação é com a prevenção e tratamento das milhares de pessoas que todos os anos sofrem com essa terrível doença", explicou Prado.

Também indicado para compor o núcleo da saúde, o deputado federal eleito Bruno Farias (Avante) diz ainda não saber qual será a posição do Avante em relação ao próximo governo.

"Avalio que este movimento de conciliação entre os partidos é natural neste momento, mas não posso responder pelo Avante sobre como será o futuro desta relação com o novo governo. Posso assegurar que, da minha parte, atuarei tanto na transição, quanto em meu mandato em defesa das pautas da saúde de Minas Gerais", pontuou.

A deputada federal eleita Duda Salabert afirmou que tem a intenção de participar do governo no que diz respeito à melhoria das políticas públicas. A parlamentar foi convidada para fazer parte do grupo de transição da pasta de direitos humanos.

"Eu me reuni com o Lula no segundo turno das eleições e falei que caso ele saísse vitorioso gostaria de ajudar o governo na questão da desigualdade. O PDT tem o compromisso de vencer o bolsonarismo e construir políticas públicas que retirem o Brasil do mapa da fome. Então, com certeza, os parlamentares do PDT, do qual faço parte, vão ajudar o governo nesse objetivo", afirmou a vereadora da capital. 

Indicado para fazer parte da equipe de transição no núcelo de desenolvimento regional, o deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB) pretende fazer a ponte entre o governo federal e o governador Romeu Zema (Novo).

De acordo com o parlamentar, ainda é cedo para falar se o MDB fará parte da base do próximo governo federal. Segundo o deputado, sua intenção no momento é melhorar a interlocução entre o próximo governo e o governo do Estado.

Independente durante boa parte do governo Zema, o MDB se aproximou do partido Novo neste ano por conta do período eleitoral. A sigla participou da coligação que apoiou a reeleição do governador.

"A nossa intenção é que o governo do Estado tenha mais um canal de diálogo com o governo federal, um canal mais dinâmico. A proximidade do Zema com o Bolsonaro não trouxe muita coisa para Minas, não por falta de empenho do governo, mas acredito que pelo fato de eu estar em Brasília todo dia, tenho um ambiente mais propício para cobrar e ter acesso as demandas", avaliou o parlamentar, que disse que é preciso esperar a gestão de Lula (PT) começar para avaliar futuras alianças.

Na última semana, o MDB indicou cinco deputados federais para fazer parte da equipe de transição. Além de Newton Cardoso Jr., foram escalados os deputados HIldo Rocha (MA), José Priante (PA), Dulce Miranda (TO) e Valtenir Pereira (MT).

"É preciso esperar para ver como será o clima. Em um primeiro momento, de imediato, eu estou vendo essa minha participação como uma ponte entre o governo do Estado e o governo federal", pontuou Newton Cardoso Jr.

(Com agências)

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