Governo diminui participação da sociedade civil no Conselho Nacional do Meio Ambiente
Governo diminui 76% da participação da sociedade civil no Conama
Governo diminui participação da sociedade civil no Conselho Nacional do Meio Ambiente Número de integrantes do Conama, conselho que discute normas do Sistema Nacional do Meio Ambiente, diminui 76% com o decreto publicado nesta quarta-feira (29). Governo diz que mudança trará 'melhor foco' e 'posicionamentos mais objetivos'. Por G1 [caption id="attachment_154100" align="alignleft" width="300"] O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, assinou com Bolsonaro o decreto que diminui o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente — Foto: Renato Costa/Framephoto/Estadão Conteúdo[/caption] Um decreto publicado nesta quarta-feira (29) reduz e altera a composição do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). O conselho é o principal órgão consultivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e é responsável por estabelecer critérios para licenciamento ambiental e normas para o controle e a manutenção da qualidade do meio ambiente. O colegiado, que contava com 96 conselheiros, entre membros de entidades públicas e de ONGs, agora terá 23 membros titulares, incluindo seu presidente, o ministro Ricardo Salles. Governo não nomeia conselho do Fundo Clima e trava 82% do orçamento para enfrentar a mudança climática Subprocurador pede que TCU investigue a atual gestão da política ambiental do Brasil O Ministério do Meio Ambiente informou que a mudança trará "melhor foco" e "posicionamentos mais objetivos" com "eficiência e qualidade das decisões". O ministério também afirmou que manteve a proporção de membros que compunham o Conama por setor, considerando a estrutura quando houve o maior número de conselheiros (105). Nova estrutura A sociedade civil contava com 22 assentos no Conama. Agora, são apenas 4. Assim, a participação das ONGs caiu de 22% do conselho para 18% do total. Esses assentos passam a ser distribuídos por sorteio entre as entidades interessadas. Antes, uma eleição definia esses integrantes. O mandato dos representantes civis, que era de dois anos, passa a ser de apenas um. O setor privado também perdeu representatividade no conselho. Agora, há apenas dois representantes, indicados em conjunto pelas principais confederações nacionais do setor privado: Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional do Comércio (CNC), Confederação Nacional de Serviços (CNS), Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Confederação Nacional do Transporte (CNT). Já a presença do Governo Federal aumentou: agora são 9 cadeiras para os representantes do governo, o que representa 41% do total de integrantes, contra 29% anteriormente. Alguns órgãos governamentais perderam representação no Conama, entre eles a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Agência Nacional de Águas (ANA). Os ministérios públicos federal (MPF) e estaduais também foram excluídos do Conama.
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