Especialistas falam sobre o impacto do voto nulo

Rochana Lyvian

Da Redação

Segundo a última pesquisa realizada pelo Ibope sobre os candidatos ao pleito da Capital, cerca de 3% da população, irão às unas eletrônicas, contudo, anular seu voto. Segundo especialistas, são votos de pessoas insatisfeitas com os planos de governos apresentados e principalmente, sobre as atividades políticas já implementadas.

Apesar de o percentual ser pequeno, para a cientista política da Faculdade Estácio de Sá/FIC, Carla Michele Quaresma, evidencia uma insatisfação do eleitorado. “Algumas pessoas não se sentem representadas pelos políticos que vão concorrer às eleições ou pelo atual modelo de política, então, quando chega no dia de votação, se manifestam, portanto, anulando seu voto”.

Em contrapartida, relembra que apesar da pluralidade de propostas, o candidato ideal para estar à frente de um coletivo, “é aquele que mais se aproxima do seu ideal de sociedade, além de apresentar uma vida progressista, idônea e comprometida com as causas públicas”, enfatizou.

Em concordância, o cientista político da Unifor, Francisco Moreira, afirma que, os votos nulos, expressam de fato “a insatisfação com os políticos”. Moreira ainda ressalta que “além da insatisfação, muitos eleitores vão às urnas, sem saber em quem votar, não dão conta da real importância que a escolha mal feita, pode trazer à sociedade” enfatiza.

A ex-prefeita de Fortaleza, e também líder do movimento Crítica Radical, Maria Luíza, declara que não irá votar, por razão de protesto. “Os dirigentes apostam todas as fichas no mercado para resolver a situação da crise mundial, contudo, se o homem que é a base do sistema está sendo atingido, tirando a mão de obra e colocando a máquina. O processo de finaceirização não tem lastro, é fictício”, defende.

Luíza ainda afirma não acreditar que seja pela mão do Estado que o problema irá se resolver, alegando que ser “promessas falsas” feitas pelos políticos.

DEMOCRACIA
O Brasil tem a democracia representativa ou indireta, na qual imputa a representantes, defender seus direitos em nome daqueles que os elegeram. Os especialistas apontam que escolher tais representantes, deveria ser facultativo.

Francisco Moreira defende que a democracia necessita avançar. “Temos que avançar com a ideia de democracia, sou contra a obrigação do voto”, afirma, ressaltando sobre o descrédito da atual política brasileira e da pena de pagar multa.

Já a cientista Carla Michele, avalia que o brasileiro de certa maneira, “senti-se satisfeito no dia da eleição. Diferentemente dos Estados Unidos, onde o voto é facultativo e as pessoas se abstêm, desinteressando-se pela política do País”.