Ex-deputado Sigmaringa, morre aos 74 anos, jurista que atuou na ditadura

Sigmaringa defendeu presos políticos e estudantes na ditadura militar.

Ex-deputado federal Luiz Carlos Sigmaringa Seixas morre aos 74 anos Jurista foi filiado ao PMDB, ao PSDB e ao PT. Como advogado, defendeu presos políticos e estudantes na ditadura militar. Por G1 DF e TV Globo [caption id="attachment_150335" align="alignleft" width="300"] Ex-deputado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Acervo[/caption] O advogado e ex-deputado federal Luiz Carlos Sigmaringa Seixas morreu nesta terça-feira (25), em São Paulo, aos 74 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, onde fez transplante de medula para combater uma mielodisplasia – um tipo de falência da medula óssea na produção de células. Segundo a família, ele conseguiu fazer o transplante, mas com baixa compatibilidade. Após a operação, o jurista ficou com baixa imunidade e foi atacado por uma infecção. O corpo de Sigmaringa Seixas será sepultado em Brasília. O enterro está previsto para as 16h30 desta quarta (26), no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Nascido em Niterói (RJ) e formado em Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF), ele se mudou para Brasília na década de 1970. Na capital, tornou-se conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) de 1976 a 1984. O jurista ficou conhecido por defender presos políticos e estudantes durante a ditadura militar. Com a abertura democrática, foi eleito parlamentar. [caption id="attachment_150334" align="alignleft" width="300"] O advogado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas (centro), em foto de 1983, quando advogados defendem a OAB-DF da interdição dos militares — Foto: Reprodução[/caption] Sigmaringa Seixas foi eleito deputado federal para a Assembleia Nacional Constituinte de 1987, pelo PMDB-DF, e transitava com facilidade no ambiente político. Ele teve outras duas passagens pela Câmara dos Deputados, sempre por diferentes partidos: pelo PSDB, de 1991 a 1995, e pelo PT, de 2003 a 2017. Em 1994, o advogado foi candidato ao Senado pelo PSDB, mas recebeu 10,51% dos votos e não foi eleito. As vagas ficaram com Lauro Campos (PT) e José Roberto Arruda (PP). Repercussão O presidente da República, Michel Temer, postou uma mensagem de luto no início da tarde de terça-feira (25): "Lamento imensamente a morte do grande advogado e homem público, Sigmaringa Seixas, um lutador pela democracia brasileira. Meus sentimentos de pesar à familia e amigos". A morte também foi lamentada pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), nas redes sociais. "Sempre investiu no diálogo para buscar soluções para o Brasil", escreveu. Ele decretou luto oficial de três dias na capital. A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, chamou o advogado de "lutador incansável pela justiça e pela democracia em nosso país". Em nota, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) manifestou profundo pesar. O presidente nacional da Ordem, Claudio Lamachia, diz no texto que Seixas teve atuação "memorável tanto na defesa dos Direitos Humanos como também na dedicação a advocacia". "Com longa dedicação a política, foi deputado federal constituinte e teve atuação marcada pela defesa das causas humanistas", diz a OAB. Seixas foi conselheiro da entidade no DF entre 1976 e 1984, além de consultor da Anistia Internacional e vice-presidente do Comitê Brasileiro de Anistia no DF. O pai dele, o também advogado Antônio Carlos Sigmaringa Seixas, morreu aos 94 anos em 2016.

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