Centro cultural reunirá acervo do Senado, Câmara, STF e Presidência
Sem previsão de custo, Eunício e Toffoli assinam convênio para criar centro cultural em Brasília Terreno fica às margens do Lago Paranoá e foi cedido para abrigar o espaço, que reunirá acervo do Senado, Câmara, STF e Presidência. Local antes era um clube e está abandonado. [caption id="attachment_149974" align="alignleft" width="300"] O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, ao lado do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), durante assinatura do convênio — Foto: Fernanda Calgaro/G1[/caption] Por Fernanda Calgaro, G1 — Brasília O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, assinaram nesta quinta-feira (13) um convênio para a criação de um centro cultural dos três poderes, em Brasília. Um terreno às margens do Lago Paranoá, onde funcionava um clube, foi cedido para abrigar o espaço, que reunirá acervo histórico do Senado, Câmara dos Deputados, STF e Presidência da República. O local, de 80 mil metros quadrados, fica ao lado do Minas Brasília Tênis Clube e está completamente abandonado. Ali, funcionava até 1999 o clube dos Servidores Civis. Ainda não há previsão de custo para as obras do centro cultural nem previsão de quando ficará pronto. As despesas serão compartilhadas entre os Três Poderes, que irão tirar os recursos dos seus próprios orçamentos. De acordo com um projeto inicial do Senado, além do prédio principal, que deve ser revitalizado, há espaço para construção de restaurante, salas de exposições, auditórios e até uma concha acústica. A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, que está à frente da iniciativa, disse que, entre os itens que poderão compor o acervo, estão o original da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, a carta de renúncia do então presidente da República Jânio Quadros, o original da Constituição Federal de 1988 e as falas originais do trono que eram lidas por Dom Pedro I na abertura das sessões legislativas da época do Império. Vídeo de divulgação do Senado sobre o projeto de centro cultural dos três poderes Cerimônia Não é a primeira vez que se tenta dar um destino ao antigo clube. Em uma cerimônia para assinatura do convênio na Sala de Audiências da Presidência do Senado, Toffoli disse que, na época em que foi advogado-geral da União, tentou transformar o lugar na Escola da Advocacia-Geral da União, mas não foi para a frente. “Tentei transformar o antigo clube dos servidores na Escola da Advocacia-Geral da União. Resgatar um local que está abandonado desde 1999. O custo de manter um estabelecimento daquela dimensão é alto”, afirmou. Ele ponderou que o Supremo tem um acervo valioso e não dispõe de lugar para expor tudo. “O Supremo já chegou a ter espaço com grande museu, mas vai se tendo necessidade de espaço. O que vai se fazendo? Vai pegando a memória cultural e vai colocando na garagem. Da garagem, vai colocando no subsolo. E isso vai se perdendo. Temos lá coisas valiosas, mas não temos espaço para dar dignidade que a memória precisa”, disse. O presidente do Senado contou que, quando houve o incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, ficou preocupado e pediu um levantamento sobre o acervo do Senado. “Para a nossa alegria, foi encontrada a Lei Áurea – numa condição não adequada para a história do Brasil e aquilo que representa para todos nós. [Mas] Felizmente, a Lei Áurea, no seu original, a pena que assinou pelas mãos da Princesa Isabel a libertação dos escravos, a Lei Áurea está aqui no Senado Federal, no seu original, totalmente preservada”, disse. Convidado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não compareceu à cerimônia e enviou o deputado Cleber Verde (PRB-MA) no seu lugar. O presidente Michel Temer foi representado pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Ronaldo Fonseca. “Uma nação se torna mais maior ainda e mais relevante quando registra, preserva, conta e aprende com sua história. Este acordo técnico resultará na construção de um complexo cultural, sobretudo voltado para sociedade para enaltecer nossa cidadania”, afirmou.
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