As contradições na delação de Wesley Batista sobre o Ceará

Delator Wesley omitiu detalhes em sua delação

[caption id="attachment_136220" align="alignleft" width="300"]-01 As contradições na delação de Wesley Batista sobre o Ceará Depoimento de Wesley Batista contém pelo menos duas contradições (Foto: Reprodução/Justiça Federal)[/caption] Delator que acusou o ex-governador Cid Gomes (PDT) de ter “trocado” liberação de créditos da JBS com o governo por propinas eleitorais, Wesley Batista cometeu pelo menos duas contradições em seu depoimento à Justiça Federal. A primeira diz respeito à natureza dos pagamentos do Estado. Segundo Wesley, “moeda de troca” por propinas teria sido créditos da isenção de alíquotas do ICMS de exportação da empresa. Na verdade, a empresa não recebeu qualquer incentivo do tipo, tendo sido na verdade beneficiária do Programa de Incentivo às Atividades Portuárias e Industriais (Proapi). Outra contradição aparece quando o delator afirma não ter recebido quaisquer repasses do Estado entre 2011 e 2013, anos anteriores à eleição de Camilo Santana (PT). Em seu depoimento, Wesley dá a entender que o não repasse teria sido intencional, com o objetivo de acumular o crédito da empresa para o ano eleitoral. Dados do Portal da Transparência, no entanto, mostram que a JBS recebeu pelo menos R$ 12 milhões em 2013. O valor ainda é muito inferior aos mais de R$ 111,6 milhões repassados em 2014, mas ainda atestam que o delator omitiu detalhes em sua delação. “Sem troca de favores” Em entrevista nesta segunda-feira, o ex-governador Cid Gomes se disse “veementemente indignado” com acusações e rejeitou que qualquer doação recebida da JBS tenha vínculo com ações do governo. “Não é possível fazer vinculação de qualquer tipo para esses pagamentos. Isso não é da minha índole, jamais foi feito. Nós temos critérios e regras para campanhas”. Cid admite que repasses podem ter tido um “pico” em 2014, mas afirma que este aumento se deu por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que proíbe gestores de deixarem dívidas acumuladas para mandatos posteriores. “Custo a acreditar que uma empresa grande como a JBS ficaria refém de um governo por uma coisa dessas, sendo que era um direito judicial dela”. O ex-governador disse ter sido vítima de uma armação de Wesley Batista, que teria “inventado mentiras” para obter benefícios no acordo de delação premiada. CARLOS MAZZALAVA JATO fonte:blog.opovo.com.br

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