Com governo ao lado, Rodrigo Maia é reeleito sem sustos
Rodrigo foi reeleito por 293 votos
[caption id="attachment_133885" align="alignleft" width="300"] Rodrigo Maia (à dir.) comemora sua reeleição à presidência da Câmara com o deputado Waldir Maranhão (Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo)[/caption] Planalto garante um aliado no comando da Câmara até o final da gestão Temer LEANDRO LOYOLA O curto governo do presidente Michel Temer já protagonizou diversos episódios de inabilidade, falta de sensibilidade e lentidão. Nenhum deles, no entanto, esteve relacionado ao Congresso Nacional. Temer e seus auxiliares podem errar na condução de casos de governo, onde têm pouca experiência, mas não em assuntos legislativos, seara que dominam. Por isso, a reeleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara era prevista e se concretizou sem maiores percalços. Rodrigo foi reeleito por 293 votos. Com 105 votos, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) foi quem chegou mais perto de incomodar. Maia já tivera a ajuda do governo em sua eleição para o mandato tampão, em julho do ano passado. Confiável para o Planalto, ele recebeu apoio novamente; mas só o teve porque havia a confiança de que não existia risco de derrota. Neste curto e intenso tempo de gestão, o governo Temer aprendeu que tem de fugir de toda e qualquer possibilidade de desgaste. A reeleição de Maia mostra que o centrão, aquela reunião de pequenos e médios partidos que ganhou força na Câmara no final do governo Dilma Rousseff, não existe mais como organismo coeso. Candidato mais afinado com o centrão, Jovair Arantes teve apenas 105 votos. O centrão era maior que isso. Rodrigo Maia cooptou alguns líderes da turma ao longo do tempo, por isso Jovair teve apenas votos do baixo clero e de deputados de partidos nanicos. Também não funcionou a estratégia dos adversários de Maia de cooptar o deputado Waldir Maranhão (PP-MA), condutor da sessão da eleição, para analisar requerimentos que questionavam a candidatura do presidente. Maia tinha o controle das coisas. A reeleição de Maia até poderia ter sido questionada – afinal, o regimento diz que um presidente não pode ser reeleito. Mas, quando o candidato tem o apoio do governo e de boa parte da Câmara, as coisas funcionam assim: a conveniência política cria a brecha necessária para a realização dos desejos. Rodrigo Maia cumpria os dois requisitos. Por isso ficará no cargo por mais dois anos.
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