Para Temer, alta abstenção de eleitores é 'mensagem à classe política'

Eleições com mais de 25 milhões de abstenção

Mais de 25 milhões de eleitores não foram às urnas neste domingo (2). Presidente negou que tenha ido votar mais cedo por medo de manifestantes. Luciana AmaralDo G1, em Brasília [caption id="attachment_131446" align="alignleft" width="300"]-01 michel temer Michel Temer - imagem ilustração - google[/caption] O presidente da República, Michel Temer, afirmou, nesta segunda-feira (3), que o alto índice de abstenção de eleitores no primeiro turno das eleições municipais deste domingo (2) é um recado da população à classe política. A declaração foi dada durante entrevista coletiva após reunião com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, na residência oficial Quinta de Olivos, em Buenos Aires. Mais de 25 milhões de eleitores (17,58%) não compareceram às urnas para votar no primeiro turno das eleições municipais em todo o país. Nove cidades do país tiveram índice de abstenção acima de 30%. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de faltosos totalizou 25.330.431. O percentual é superior aos pleitos municipais de 2012 e de 2008. "Não se pode relativizar [a decepção da população] com o partido A ou B. É uma mensagem que se dá à classe política brasileira para que ela reformule costumes inadequados. Vejam o candidato em São Paulo que se elegeu no primeiro turno e falava que era gestor, não político", disse Temer, se referindo ao novo prefeito eleito da capital paulista, João Doria (PSDB). Ao falar sobre o resultado do PMDB nas eleições, Temer disse que o partido tem muita capilaridade e lembrou que ele não participou de campanhas. "Não participei de nenhuma campanha porque a base parlamentar era muito ampla. Não saí da sala da Presidência da República, nem fui ao meu estado", ressaltou. Questionado sobre o motivo de ele não ter ido votar neste domingo no horário divulgado para a imprensa, o presidente riu e disse que teve de antecipar o horário do voto devido a um compromisso. Ele negou que estivesse fugindo de manifestantes. "Protestos são naturais, um rescaldo do que aconteceu no país. Mas, surgiu um compromisso", afirmou. Reunião Na reunião que teve com Macri, ambos conversaram sobre economia, a situação na fronteira entre os dois países e as relações do Mercosul. Após o encontro, o presidente brasileiro defendeu que as duas nações precisam rever suas políticas de concessões e que é necessário flexibilizar as regras do Mercosul para que cada estado integrante do bloco possa desfrutar melhor de suas relações internacionais. "Queremos incrementar nossas relações políticas, econômicas e comerciais. Temos de ajustar pontos", comentou. Em relação à Argentina, Temer citou que o país e o Brasil têm "mais ou menos os mesmos problemas, seja no tocante da pobreza, seja no do desemprego". Ele aproveitou a oportunidade para defender a aprovação pelo Congresso Nacional da PEC que limita os gastos públicos, principal proposta do governo para reequilibrar as contas públicas. Questionado sobre o imbróglio envolvendo a presidência do Mercosul, que deveria ser da Venezuela devido ao sistema de rotatividade no comando do bloco, o peemedebista falou que tanto o Brasil quanto os demais membros do grupo querem que o país cumpra os requisitos necessários para se adequar às regras do bloco. "Temos alguma preocupação com a preservação dos direitos políticos", afirmou. O presidente argentino, Mauricio Macri, disse após o encontro que o Brasil é formado por gente talentosa e recursos naturais "incríveis", o que colabora para que haja um trabalho em conjunto. "O livre comércio é um caminho que se abre. Temos que nos preparar melhor para a integração com o mundo. [...] Temos que cuidar de cada posto de trabalho que temos em nossos países e criar mais [empregos]", disse.

destaque8