'Brasil está se distensionando', diz Temer sobre eleição na Câmara
Temer se reuniu com Maia no Palácio do Planalto, ontem à tarde
[caption id="attachment_129459" align="alignleft" width="300"] Temer posa para foto com Rodrigo Maia (centro) e Renan Calheiros (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)[/caption] Deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) se elegeu presidente da Câmara. Presidente em exercício vai receber Maia no Planalto no início da tarde. Filipe MatosoDo G1, em Brasília O presidente em exercício Michel Temer comentou nesta quinta-feira (14) a eleição da presidência da Câmara, na qual Rodrigo Maia (DEM-RJ) saiu vencedor, e disse que o resultado significa que o Brasil está se "distensionando". Maia foi eleito já no início da madrugada desta quinta, com 285 votos. Ele derrotou na disputa do segundo turno o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que recebeu 170 votos. Filho de César Maia, ex-prefeito do Rio, o novo presidente da Câmara vai suceder no comando da Casa o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou ao posto no último dia 7. "Interessante, no último gesto, no último ato quando se deu o segundo turno, os dois candidatos se abraçaram, revelando a distensão. Naquele momento, senti que o Brasil está se distensionando", afirmou Temer. Temer deu a declaração nesta quinta após participar de uma cerimônia no Palácio do Planalto na qual o governo anunciou que priorizará famílias que tiverem crianças com microcefalia no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Ao deixar o ato, ele foi questionado por jornalistas sobre a eleição de Rodrigo Maia. Em seu pronunciamento, Temer disse que tem trabalhado com a tese de que o governo "não é só o Executivo", e que devem ser considerados o Legislativo e o Judiciário. "Particularmente", ressaltou, é preciso que o Planalto conte com o apoio "substancioso" do Congresso Nacional. "Se você tem um Legislativo em oposição ao Executivo, fica difícil governar. Os candidatos eram praticamente todos da base, e foi uma disputa muito competente, muito adequada e que teve um resultado que a Câmara dos Deputados desejou, com a harmonia de todos", declarou. Temer declarou ainda ter acompanhado "com muito cuidado e interesse" a eleição na Câmara e disse ter verificado "uma coisa curiosa" porque, enquanto ele diz "pregar" a pacificação nacional e a harmonia entre os poderes, os candidatos a presidente da Câmara também "pregaram a harmonia interna". No início da tarde desta quinta-feira, Temer se reuniu com Maia no Palácio do Planalto. O encontro durou cerca de meia hora, segundo a assessoria. Também participaram o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE). Ninguém falou com os jornalistas após a reunião. Embora Rogério Rosso fosse apontado como o candidato "mais simpático" aos interlocutores de Temer, assessores do governo já relatavam na tarde desta quarta que havia crescido a possibilidade de Maia se eleger. O deputado do Rio também é aliado do Planalto. Mesmo com as negativas oficiais de que o governo não interferiu no processo de eleição para o novo presidente da Câmara, o próprio ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, um dos principais conselheiros políticos de Temer, chegou a admitir um dia antes da eleição que o Planalto estava "trabalhando" para evitar que houvesse mais de um candidato da base na disputa, o que não foi possível.
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