Lava Jato volta a prender ex-presidente da Eletronuclear no RJ
O ex-dirigente da Eletronuclear foi levado por volta das 8h45 para a sede da PF
[caption id="attachment_129179" align="alignleft" width="300"] Othon Luiz, durante audiência do senado (Foto: Antonio Cruz/ABr)[/caption] Investigações apuram desvio nas obras da Usina Nuclear de Angra 3. Presidente atual foi levado para a PF; juiz pediu afastamento dele do cargo. Mahomed SaiggDa TV Globo, no Rio A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta quarta-feira (6), mandados no Rio de Janeiro e em Porto Alegre relacionados à Operação Lava Jato. O desdobramento da investigação no Rio apura desvio de recursos na Eletronuclear. Dez mandados de prisão foram expedidos para alvos da operação no Rio e um de condução coercitiva em Porto Alegre. Às 11h, os 10 mandados de prisão — sete preventivas e três temporárias — já tinham sido cumpridos, incluindo o principal alvo da operação, o ex-diretor-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva. A operação também levou em condução coercitiva para a superintendência da PF no Rio o atual presidente da Eletronuclear, Pedro Figueiredo Diniz. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, que coordena a força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. No despacho, ele também pede o afastamento de Pedro Diniz do cargo. As investigações da PF dizem que um clube de empreiteiras desviava recursos da Eletronuclear, principalmente os destinados às obras da Usina Nuclear de Angra 3. A operação, que foi batizada de Pripyat, apura crimes de corrupção, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Othon já cumpria prisão domiciliar e foi preso na Barra da Tijuca. O benefício da prisão domiciliar foi retirado porque as investigações indicam que, mesmo de casa, ele estaria atuando na Eletronuclear. O ex-dirigente da Eletronuclear foi levado por volta das 8h45 para a sede da PF, na Zona Portuária do Rio, e, em seguida, para o Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste, onde estão os presos da Operação Saqueador, entre eles o dono da Delta, Fernando Cavendish, e o contraventor Carlinhos Cachoeira. O G1 tenta contato com o advogado de Othon. No Rio Grande do Sul, às 9h20, agentes cumpriram mandado de condução coercitiva e busca e apreensão contra Valter Cardeal, que foi diretor da Eletrobras e era um homem de confiança da presidente afastada Dilma Rousseff. Em comunicado aos seus acionistas, a Eletronuclear informou que tomou conhecimento pela imprensa de "suposta operação da Polícia Federal, iniciada na manhã de hoje, envolvendo o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva e outros.A Companhia está verificando o episódio noticiado pela imprensa e manterá o mercado informado", diz a nota. Operação Pripyat Participam da operação, no Rio e em Porto Alegre, 137 policiais. O nome da ação é uma referência a uma cidade perto da usina de Chernobyl, na Ucrânia, que fazia parte da então União Soviética. Moradores tiveram que deixar o local às pressas após o desastre nuclear na usina, transformando-a numa cidade fantasma. Além dos mandados de prisão, serão cumpridos também de busca e apreensão e condução coercitiva — quando alguém suspeito de ser ligado ao caso é levado para prestar depoimento e depois liberado. No Rio, agentes estiveram na sede da Eletronuclear, no Centro do Rio, e na casa de alvos da operação na Barra da Tijuca e em outras regiões da cidade. Segundo o sindicato de funcionários da estatal, no prédio da empresa, os agentes estiveram na sala da presidência e na sala do cofre.
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