Operador de propina é preso em Portugal
A força-tarefa de Curitiba realizou a primeira prisão fora do País, em acordo com a polícia portuguesa
Brasília. A força-tarefa da Operação Lava-Jato deflagrou a 25ª fase na madrugada de ontem. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva contra o operador Raul Schmidt Felippe Junior, em Lisboa, Portugal. Trata-se da primeira prisão no exterior de um integrante do esquema de corrupção da Petrobras. Essa etapa da Lava-Jato foi batizada pelas autoridades portuguesas de "Polimento". [caption id="attachment_126280" align="alignnone" width="300"] O operador Raul Schmidt Felippe Junior estava foragido desde julho de 2015, quando foi expedida sua ordem de prisão ( Foto: Reprodução/Youtube )[/caption] O suspeito foi encontrado no apartamento em que mora, numa área nobre da cidade. De acordo com avaliações preliminares dos investigadores, o imóvel vale aproximadamente 3 milhões de euros (cerca de R$ 12,4 milhões). Investigado por suspeita de pagamento de propina aos ex-diretores da estatal Renato Duque, Jorge Zelada e Nestor Cerveró, ele também foi alvo de busca e apreensão. Os três ex-diretores estão atualmente presos. Os mandados, expedido pelas autoridades brasileiras, foram cumpridos pela Polícia Judiciária portuguesa e pelo Ministério Público local. Por meio de nota, o Ministério Público português informa que as buscas foram acompanhadas por uma equipe de brasileiros membros do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, sob "abrigo dos instrumentos legais de cooperação". O operador, que vivia em Londres, onde mantinha uma galeria de arte, estava foragido desde julho de 2015, quando foi expedida a ordem de prisão. Seu nome havia sido incluído no alerta de difusão da Interpol em outubro do ano passado. Além de atuar como operador, de acordo com o Ministério Público Federal, Schmidt "aparece como preposto de empresas internacionais na obtenção de contratos de exploração de plataformas da Petrobras". Ele tinha dupla nacionalidade, brasileira e portuguesa, e havia se mudado para Portugal após a deflagração da Operação Lava-Jato. A data para que ele desembarque em território nacional dependerá da conclusão do processo de extradição junto às autoridades do país europeu. Ainda não há informação sobre quando ele chegará ao Brasil. Prisão domiciliar O pecuarista José Carlos Bumlai, preso pela 21ª fase da Operação Lava-Jato, deixou a cadeia na Região Metropolitana de Curitiba ontem às 13h05, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná. Do Complexo Médico-Penal, em Pinhais, ele seguiu para a Justiça Federal para colocar tornozeleira eletrônica e foi liberado por volta das 15h. Durante três meses, ele ficará em prisão domiciliar sob monitoramento. Após este período, a Justiça deve reavaliar se o réu segue ou não em regime domiciliar. Bumlai responde por corrupção passiva, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro perante a Justiça Federal. A 21ª fase da operação, deflagrada em novembro de 2015, recebeu o nome de "Passe Livre" devido à amizade entre o pecuarista e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passou a ser investigado na 24ª etapa. A prisão dele foi convertida de preventiva para domiciliar em virtude um câncer diagnosticado na bexiga.
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