Líderes discutiram com Dilma 'pacto pelo crescimento', diz Guimarães
Presidente recebeu nesta terça no Planalto líderes aliados na Câmara. 'Pacto' envolveria reformas e projetos que não elevam gastos públicos.
Foto:ilustração/google Filipe MatosoDo G1, em Brasília O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que, na reunião desta terça-feira (16) da presidente Dilma Rousseff com os líderes dos partidos que compõem a base aliada na Câmara, os parlamentares discutiram com ela um “pacto pelo crescimento”. Segundo Guimarães, esse pacto, entre os partidos da base aliada e o governo, envolve “questões centrais”, como as reformas tributária, fiscal e previdenciária, além de projetos que não elevam os gastos públicos e aumentam a arrecadação. Guimarães citou, por exemplo, a volta da CPMF. Na noite anterior, a recriação do tributo também foi tema de reunião da presidente com líderes governistas do Senado. “Sinalizamos, por sugestão dos líderes, a nossa disposição em fazer um pacto, chamado pacto pelo crescimento. Primeiro, é não aumentar despesas e, a partir daí, discutir a qualidade do gasto público”, disse Guimarães. “Nós fechamos esse pacto, fechamos essa ideia. Não tem um documento, mas vamos trabalhar para não aumentar despesas e o que é preciso, evidentemente, é aumentar as receitas. Todos [os líderes] se comprometeram a levar a discussão sobre a CPMF às suas bancadas e a reforma da Previdência, para que ganhe velocidade na base”, acrescentou. O encontro entre a presidente e os líderes da base na Câmara durou pouco mais de duas horas e meia no Palácio do Planalto. A reunião faz parte da estratégia do Palácio do Planalto para obter o apoio necessário para aprovar neste ano os projetos prioritários para a economia. Ao falar sobre a reunião, José Guimarães disse que o encontro foi “muito demorado” porque grande parte dos 24 líderes pediu a palavra. Segundo ele, a presidente Dilma fez um balanço do atual cenário econômico e explicou aos parlamentares quais são os projetos fundamentais para a retomada do crescimento. O líder do governo também disse que Dilma dará início a um “novo ciclo” de reuniões com as bancadas que compõem a base aliada, sempre com o objetivo de discutir propostas que façam com que o país supere a atual crise econômica. “Todas as ideias serão levadas em consideração, este é o desejo da presidenta. É como ela [Dilma] fala: se não querem a CPMF, o que querem? Vão botar o que no lugar? Portanto, considero que foi uma reunião na qual o eixo central foi garantir a governabilidade, trabalhar pelo encerramento da instabilidade política e votar as reformas e matérias de interesse do país”, afirmou. Segundo o deputado petista, o governo precisa dialogar com a sociedade, movimentos sociais e com os parlamentares. “O que a presidenta falou [na reunião desta segunda] é que há uma disposição dela [em dialogar]. Ou seja, quem tiver ideias, põe na mesa. É isso que o país precisa: novas ideias. E elas têm de ser sobre esses temas, sobre essas novas reformas. Para quem dizia que ela [Dilma] não dialogava, em duas semanas ela foi ao Congresso e se reuniu com os líderes das bancadas. Esse é o novo ciclo que estou falando”, acrescentou. ‘Plano B’ Perguntado sobre se o fato de a presidente Dilma procurar os parlamentares mostra que o governo está disposto a um “plano B” para temas como a CPMF e a reforma da Previdência, Guimarães disse que não. “Essas ideias vêm para somar. É isso”, enfatizou. Para o líder do governo na Câmara, a volta da CPMF deixaria “tudo mais fácil” e é preciso que a discussão sobre a volta do imposto ocorra “sem paixão”. Ele defendeu o diálogo do governo com a sociedade sobre o tema e disse que, por ser ano de eleições municipais, é preciso votar o imposto até maio. “Não venham me dizer que esse é o governo da gastança. Não é. Nem o governo FHC e nem mesmo o governo Lula cortou tanto na própria carne como o nosso governo cortou para equilibrar. O que eu acho que tem de haver é flexibilidade nas receitas e rigidez nas despesas, além da melhoria do gasto público”, completou.
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