Moro prorroga prisão temporária de investigados na 16ª fase da Lava Jato
Othon Luiz Pinheiro da Silva e Flávio David Barra estão presos em Curitiba.
O presidente da Eletronuclear segue preso (Foto: Janine Moraes/Câmara dos Deputados) Fernando CastroDo G1 PR Eles são investigados por supostas irregularidades na Eletronuclear. O juiz federal Sergio Moro decidiu nesta sexta-feira (31) prorrogar por mais cinco dias as prisões temporárias de Othon Luiz Pinheiro da Silva e Flávio David Barra, presos na 16ª fase da Operação Lava Jato. A decisão acolhe parcialmente requerimento do Ministério Público Federal (MPF), que queria que as prisões se tornassem preventivas – sem prazo para expirar. Houve uma divergência nos pedidos, já que a Polícia Federal não queria a prorrogação das prisões. Para os policiais, não havia indícios que comprovem a fraude. Os dois documentos foram analisados pelo juiz Sérgio Moro nesta sexta. No despacho, o juiz destaca que a PF não teve acesso a todos os documentos que MPF disponibilizou ao justificar o pedido de conversão em preventiva. Embora o juiz considere que há elementos que justifiquem a prisão preventiva, ele optou por apenas a prorrogação. "Apesar disso, mesmo estando presentes os pressupostos e fundamentos da prisão preventiva, resolvo, em vista do histórico profissional do investigado Othon Luiz Pinheiro da Silva, com serviços relevantes prestados ao país na área de desenvolvimento da energia nuclear, e diante de sua afirmação de que poderiam ser esclarecidos, documentalmente, os serviços prestados pela Aratec que teriam justificado os aludidos repasses, resolvo, em benefício dos dois investigados, no presente momento apenas prorrogar a prisão temporária por mais cinco dias", diz trecho do despacho. O prazo das prisões temporárias expiraria no sábado (1º). Com a decisão, eles devem ficar presos pelo menos até quinta-feira (6). O que dizia a PF - Documentos apreendidos e depoimentos não foram suficientes para comprovar fraudes em licitação em Angra 3; - Não foi possível comprovar o pagamento de vantagens indevidas a servidores da Eletronuclear; - Avaliação é preliminar e ainda pode mudar depois da análise de outros documentos disponíveis, que ainda não passaram por perícia. O que dizia o MPF - Othon sabia de todos os esquemas de corrupção na Eletrobras e recebeu propina para ajudar a Andrade Gutierrez; - Documentos apreendidos comprovam pagamento de propinas a funcionários da Eletrobras; - Flávio Barra pode continuar a cometer crimes, se for solto. 16ª fase Contratos firmados por empresas já mencionadas na Lava Jato com a Eletronuclear, que tem economia mista e cujo controle acionário é da União, foram o foco desta etapa da operação. A Eletronuclear foi criada em 1997 para operar e construir usinas termonucleares e responde hoje pela geração de cerca de 3% da energia elétrica consumida no país. Othon Luiz Pinheiro é diretor-presidente licenciado da Eletronuclear e suspeito de receber R$ 4,5 milhões em propina. "A Andrade Gutierrez repassava valores para a empresa de Othon Luiz por meio de empresas intermediárias que atuavam na fase de lavagem de dinheiro", afirmou o procurador do MPF Athayde Ribeiro Costa. Já Flávio David Barra é presidente global da AG Energia, controlada pelo grupo Andrade Gutierrez. Ele foi citado na delação do ex-presidente da empreiteira Camargo Corrêa Dalton Avancini, que afirmou que havia um acerto futuro de pagamento de propina a funcionários da Eletronuclear, referente às obras de Angra 3, e que Flávio teria participado da reunião, em agosto de 2014.
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