Juiz suspende sigilo de investigação da empresa de José Dirceu
Investigação apura se empresa JD recebeu dinheiro desviado da Petrobras.
Defesa de ex-ministro foi à Justiça contra quebra de sigilos fiscal e bancário. Do G1, com informações do JN O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal, suspendeu o sigilo da investigação sobre o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Condenado no julgamento do mensalão do PT, Dirceu permaneceu menos de um ano na prisão –em novembro, ele obteve autorização judicial e atualmente cumpre em casa o restante da pena total de 7 anos e 11 meses de detenção. Em janeiro, o juiz Sérgio Moro havia determinado a quebra do sigilo bancário e telefõnico da JD, a empresa de Dirceu, depois que as investigações revelaram que empreiteiras envolvidas em desvio de verbas da Petrobras pagaram mais de R$ 3,5 milhões entre 2006 e 2012 para a empresa, título de consultoria. Nesta terça-feira (17), a defesa de Dirceu ingressou com mandado de segurança contra a quebra dos sigilos fiscal e bancário da JD Consultoria. Os investigadores da Lava Jato querem saber se a empresa de Dirceu realmente prestou os serviços de consultoria ou se os contratos eram apenas uma maneira de disfarçar repasses de dinheiro desviado da Petrobras. O ex-ministro é investigado por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. No despacho em que suspendeu o sigilo da investigação sobre Dirceu, ainda em andamento, Sérgio Moro afirmou que "a licitude desses pagamentos está em apuração e que qualquer conclusão é prematura". A JD faturou R$ 29 milhões em contratos com mais de 50 empresas em um período de nove anos (entre 2006 e 2014), segundo informou a própria defesa do ex-ministro. Nesse período, segundo a assessoria, foram atendidos cerca de 60 clientes de quase 20 setores da economia, e, do total de R$ 29 milhões faturados pela consultoria, 85% foram gastos com pagamentos de despesas e com recolhimento de impostos.
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