Arrecadação federal aumenta 8% no Estado do Ceará de Janeiro a Junho
Enquanto a desaceleração da economia e as desonerações realizadas pelo governo Dilma Rousseff proporcionaram uma diminuição no ritmo da arrecadação brasileira, a fatia a que coube ao Ceará recolher em tributos federais cresceu 8,1% nos seis primeiros meses deste ano, no comparativo com igual período do ano passado. A alta é mais que o dobro da registrada nacionalmente, de 3,6%.
Em junho, o recolhimento do IPI no Ceará gerou pouco mais de R$ 33 milhões.
De janeiro a junho de 2012, R$ 3,85 bilhões em impostos federais foram arrecadados no Estado, de acordo com dados da Receita Federal. No semestre inicial de 2011, esse montante era de R$ 3,56 bilhões. Somente em janeiro, o Ceará teve R$ 829 milhões, o melhor resultado mensal de 2012. Em junho, no entanto, o Estado fechou com R$ 593,5 milhões, segundo a Receita. No Nordeste, somente os estados da Bahia (983,9 milhões) e Pernambuco (R$ 956 milhões) recolheram um volume maior.
Destaques
A principal contribuição no mês foi proporcionada pela Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), responsável por R$ 186,2 milhões ou quase um terço de tudo que foi destinado ao Ceará em junho em impostos federais.
Logo em seguida, de acordo com a Receita, aparecem os impostos sobre a renda, com R$ 185 milhões, somando-se o IRPF (Pessoa Física) e o IRPJ (Pessoa Jurídica). Esses impostos, adicionados a Cofins, responderam por mais de 62% do recolhimento de tributos federais no Ceará.
IPI perde força
Já o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que vem perdendo força por conta do desaquecimento da indústria nacional, gerou recolhimento de pouco mais de R$ 33 milhões no Ceará. O IPI dos automóveis contribuiu com R$ 10 milhões, mesmo patamar obtido pelo IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) em junho.
Outra importante fonte de dinheiro para a administração federal, as contribuições para o PIS/Pasep (Programa de Integração Social/ Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Público) encerraram o sexto mês de 2012 com R$ 54,9 milhões.
No País, de acordo com a Receita Federal, os principais fatores que provocaram a queda da arrecadação em junho, de 6,5%, além das desonerações, foram o fraco desempenho da indústria, que interfere no pagamento de Imposto sobre Produtos Industrializados, e a diminuição da lucratividade das empresas, que tem impacto sobre o recolhimento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). As reduções de impostos concedidas pelo governo federal, como o corte do IPI para automóveis e linha branca, têm como objetivo estimular a economia, que desacelera nos últimos meses, sofrendo efeitos da grave crise instalada na Europa.
VICTOR XIMENES
REPÓRTER
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