Rita do Socorro, a mulher que conduz a diplomacia nacional
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Articulada, bem-humorada e vestida de maneira elegante, Rita do Socorro Matias de Araújo, de 43 anos, passa despercebida como uma das muitas funcionárias do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, em Brasília. Mas Rita Araújo tem uma função singular: ela é a motorista do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Ela é uma das sete mulheres entre os 75 motoristas do Itamaraty.
Rita Araújo é quem guia o carro do chanceler pelas ruas e avenidas de Brasília, tentando escapar da tensão do trânsito sem burlar as leis. “Às vezes, dá um aperto no coração imaginar toda a responsabilidade que tenho. Mas o chanceler me tranquiliza, quando diz: 'Confio em você'. Isso ajuda muito”, contou ela à Agência Brasil.
A história de Rita Araújo será transformada como motorista de Patriota foi por acaso, segundo ela. Trabalhando para o gabinete do chanceler desde 2004, ela acabou designada para ser “a motorista” do ministro há seis meses. Desde então, Rita Araújo relata que os olhares de curiosidade e até de desconfiança são contantes.
“Noto que os olhares são mais intensos quando estaciono o carro. Também sou mais observada quando tenho de fazer alguma manobra. É como se ficassem esperando algo. Não me aperto com mecânica. Não me lembro de ter passado uma situação mais difícil por não entender de algo”, disse Rita Araújo. “Mas acho que há mais olhares de curiosidade do que de preconceito. Gosto do meu trabalho e me orgulho dele.”
Para quem a observa de maneira desconfiada, Rita Araújo mostra que aprendeu lições de diplomacia com o chefe e responde: “A direção automobilística muda muito de pessoa para pessoa. [Mas] não creio que o sexo influencie nessa atividade. É um trabalho que requer muita concentração. As estatísticas mostram que as mulheres causam menos acidentes.”
Edição: Talita Cavalcante
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