CONSELHO DA CIDADE: Oposição tenta impedir votação
A presença de poucos vereadores da base aliada e uma disputa política com a oposição quase impediram que a Câmara Municipal de Fortaleza aprovasse, em segunda discussão, o projeto de emenda à Lei Orgânica, assinado pela Mesa Diretora da Casa, que modifica a denominação do Conselho da Cidade para Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano.
Para garantir a votação de qualquer projeto, o Regimento Interno exige um quórum qualificado de pelo menos 29 vereadores, mas a quantidade de parlamentares da base aliada que estavam presentes no plenário não atendia ao requisito.
Assim, o líder do prefeito Roberto Cláudio, vereador Evaldo Lima (PCdoB), teve que pedir apoio da bancada da oposição para garantir o número necessário de votos. "A minha preocupação era a de que a votação fosse aberta sem os votos suficientes. Caso nós tivéssemos mais de 22 votos e menos de 29, essa matéria precisaria ser arquivada nessa legislatura", explica Evaldo.
Um impasse, no entanto, começou após a bancada petista se irritar com a rejeição de um requerimento apresentado pelo vereador Ronivaldo Maia (PT) em que pedia a autorização para o envio de ofício ao secretário de Educação, Ivo Gomes, solicitando alterações numa portaria publicada pela Pasta.
Retaliação
Sob o pretexto de retaliação à postura da liderança do prefeito, a bancada petista se recusou a participar da votação da proposta de emenda à Lei Orgânica antes que o número de 29 votos fosse registrado. "Essa estratégia foi exatamente uma reação ao tratamento desrespeitoso do líder do governo aos requerimentos da nossa autoria", justificou Guilherme Sampaio.
A estratégia da bancada petista só não conseguiu êxito por causa do voto do vereador João Alfredo (PSOL), já que o plenário contava apenas com 28 representantes da base aliada. Somente após a manifestação do vereador do PSOL, garantindo o quórum, Guilherme Sampaio, Ronivaldo Maia, Acrísio Sena e Deodato Ramalho votaram pela aprovação da emenda, de um total de 33 votos favoráveis.
Para Acrísio Sena, a dificuldade da liderança revelou um estremecimento na relação entre os vereadores da base aliada. Evaldo Lima rebateu a afirmação. "É natural que a oposição faça uso das artimanhas regimentais para desgastar a gestão. Mas uma votação dessa, com 33 votos favoráveis, demonstra a unidade da base aliada", avaliou.




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