Federais do Ceará rejeitam proposta em assembleia e mantêm greve

Categoria deve fazer contraproposta na segunda-feira (23).

Professores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Unilab decidiram por unanimidade em assembleia nesta quinta-feira (19) rejeitar a proposta do Governo Federal e manter a greve. Na proposta apresentada aos professores das universidades públicas de todo o país, os reajustes salariais variam de 17% a 40%, de acordo com a classe, nível e titulação do professor.

O aumento seria parcelado, começaria a valer em julho de 2013 e seria concluído em 2015. Em relação ao plano de carreiras, a proposta é reduzir de 17 para 13 os níveis de carreira. Os servidores querem que o reajuste seja aplicado a partir janeiro de 2013.

Segundo a associação, a greve dos professores está mantida pelo menos até esta segunda-feira (23), data em que está prevista uma nova reunião entre professores em greve o governo federal. Os servidores do Ceará pretendem apresentar uma contraproposta tanto em relação ao reajuste salarial, como para a reestruturação do plano de cargos e carreiras.

A assembleia foi no campus da Universidade Federal do Ceará, no Pici, em Fortaleza. Professores de Sobral, na Região Norte, e do Cariri acompanharam por videoconferência.

Na última terça-feira (17), os professores já haviam criticado a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo federal na sexta-feira (13). Segundo a Associação dos Servidores das Universidades Federais no Ceará (Adufc), a proposta do governo beneficia principalmente professores com doutorado, o equivalente a 10% dos professores. De acordo com a Adufc, todavia, a maior parte dos professores do Ceará, especialmente no inteiror do estado, não possuem doutorado.

As universidades federais do Ceará estão em greve desde 12 de junho e o Instituto Federal de Ciência e Tecnologias do Ceará, desde 13 de junho. Em todo o Brasil, 57 universidades estão em greve há dois meses.

Proposta do governo
A proposta do governo federal, que entraria em vigor a partir de 2013, reduz de 17 para 13 os níveis da carreira, como forma de "incentivar o avanço mais rápido a busca de qualificação profissional e dos títulos acadêmicos". Segundo o documento elaborado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a proposta apresentada pelo governo, apesar de reduzir os níveis, mantém, na estrutura, a hierarquização vertical em classes.

Em nota, o ministério afirmou que "todos os docentes federais de nível superior terão reajustes salariais além dos 4% já concedidos pela MP 568 retroativo a março, ao longo dos próximos três anos". Pela proposta, o salário inicial do professor com doutorado e com dedicação exclusiva será de R$ 8,4 mil. Os salário dos professores já ingressados na universidade, com título de doutor e dedicação exclusiva, passarão de R$ 7,3 mil (valor referente a fevereiro) para R$ 10 mil.