A deputada Rachel Marques (PT) foi escolhida para liderar a bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa. Através de um ofício enviado à Mesa Diretora da Casa, no curso da sessão de ontem, a última do semestre legislativo, os petistas informaram sobre a dissolução do bloco formado entre PT e PSB, desde o início da atual legislatura, e anunciaram a liderança e a vice-liderança da bancada que ficou com Rachel e o deputado Dedé Teixeira (PT).
A deputada Rachel Marques, ao lado dos deputados Dedé Teixeira e Antônio Carlos, foi escolhida para liderar a bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa
A parlamentar fez questão de subir à tribuna para anunciar a escolha de seu nome para liderar a bancada, da mesma forma como ela anunciou, no último dia 6, que o bloco seria desfeito. Antes de informarem o líder da bancada, os três deputados do PT se reuniram em uma sala próxima ao plenário. Conforme Rachel Marques, o seu nome foi o de consenso entre os parlamentares que, por hora, representam o partido no Legislativo cearense. O PT elegeu cinco representantes, mas destes, três estão licenciados, pois assumiram secretarias no Governo do Estado: Camilo Santana, Professor Pinheiro e Nelson Martins. O deputado Antônio Carlos é suplente, mas está no exercício do mandato em razão da licença de um dos deputados petistas.
Rachel Marques chegou a admitir que abriria mão de seu nome para que um dos colegas assumissem a vaga de líder do PT. O deputado Antônio Carlos (PT) já tinha dito que aceitaria comandar a bancada. Mas de acordo com Rachel Marques, seu nome foi escolhido por ser a deputada do PT mais antiga entre os colegas, no seu terceiro mandado, e porque na última vez em que o PT teve um líder, ainda no período do ex-governador Lúcio Alcântara, era Rachel Marques quem liderava o PT na Assembleia Legislativa.
Rachel Marques defendia desde o Governo passado, quando o PT se uniu ao PSB e ao PMDB para formarem um bloco, que o seu partido tivesse um líder de bancada. Na atual legislatura, o partido continuou unido ao PSB. Para a parlamentar, é importante o partido ter sua bancada para reforçar as posições partidárias.
Orientação
Rachel Marques deixa claro não ter tido nenhuma orientação do partido sobre a postura que deverá adotar como líder da legenda na Assembleia. Ela reforça que o PT não vai fazer oposição ao Governo de Cid Gomes e que vai apenas fazer a defesa dos petistas e da sigla. Antes do rompimento da aliança entre o PT e o PSB para a sucessão municipal, a prefeita Luizianne Lins chegou a dizer que se houvesse o rompimento o PT ia fazer oposição ao Governo Cid Gomes.
O discurso apresentado por Antônio Carlos quando retornou à Assembleia foi o mesmo da deputada em relação a não fazer oposição ao Governo Cid. Segundo Rachel Marques, Antônio Carlos não foi o escolhido para liderar a bancada por estar se dedicando a campanha do PT em Fortaleza. O deputado é o coordenador da campanha do candidato Elmano de Freitas.
Separados
Antônio Carlos, ex-líder do Governo de Cid Gomes na Assembleia, foi favorável ao término do bloco, argumentando que não há como PT e PSB estarem em palanques separados na eleição, em Fortaleza, e o bloco, que tinha como líder um deputado do PSB, Welington Landim, vir fazer qualquer defesa do PT quando o partido receber críticas na Assembleia, por conta do período eleitoral.
Já Dedé Teixeira, escolhido como vice-líder da bancada, se mostrou contrário a decisão de desfazer o bloco com o PSB. Para o parlamentar, essa foi uma medida desnecessária, considerando o fim do bloco como algo "intempestivo e desnecessário", além de ter sido, para ele, uma "medida não inteligente".
Isso porque, conforme analisou o deputado, esta é uma eleição (municipal) que só deverá ser definida no segundo turno, e quando o momento chegar PT e PSB podem estar em um mesmo palanque como já estão em alguns municípios do Estado, na disputa por prefeituras.
A nova líder do PT na Assembleia ficará por um período sem exercer seu papel, já que a partir de hoje, a Casa entra em recesso parlamentar. As sessões só serão retomadas em agosto. E ainda há possibilidade de mudanças na composição da bancada, em agosto, se alguns dos atuais secretários tiver que voltar a assumir a cadeira.
Comentários