Advogados de Caratinga são presos por apropriação de verbas previdenciárias e associação criminosa

Segundo a Polícia Civil, "dezenas de vítimas passaram a procurar a Delegacia de Caratinga

Foto: Reprodução/Redes Sociaiss 

Por Plox - 25/10/2024 

Prisões contaram com operação conjunta das Polícias Civil de MG e ES e apoio da Polícia Militar; valores desviados ultrapassam milhões de reais

Dois advogados, um homem e uma mulher, foram detidos nesta sexta-feira (25/10) em uma operação conjunta das Polícias Civil de Minas Gerais (PCMG) e Espírito Santo (PCES), com suporte da Polícia Militar, sob acusação de apropriação indevida de valores em causas previdenciárias e formação de organização criminosa. A Delegacia de Crimes contra o Patrimônio de Caratinga liderou a execução dos mandados de prisão preventiva dos advogados, investigados por apropriar-se de valores que pertenciam a seus clientes.

Tentativa de fuga e cerco policial

A polícia informou que o mandado de prisão contra o advogado foi cumprido na cidade de Caratinga após ele tentar fugir, ao saber que sua comparsa havia sido detida anteriormente em Guarapari, Espírito Santo. Para capturá-lo, a Polícia Militar montou um cerco bloqueando as rodovias de acesso à cidade. O advogado foi localizado escondido em um motel nas proximidades da BR-458. Já a prisão da advogada foi realizada pela PCES em Guarapari, onde ela estava.

Denúncias de vítimas e esquema milionário

Segundo a Polícia Civil, "dezenas de vítimas passaram a procurar a Delegacia de Caratinga ao descobrirem que os investigados se apropriaram de valores de ações judiciais previdenciárias". Essas quantias, que pertenciam às vítimas, foram indevidamente desviadas pelos advogados ao longo dos anos, com valores estimados em milhões de reais. Em resposta, os advogados foram indiciados em múltiplos inquéritos policiais, e o Ministério Público entregou, nesta data, requisições para a instauração de mais trinta inquéritos relacionados ao caso.

Estrutura do esquema

A PC detalhou que o escritório de advocacia dos investigados atuava como um "escritório do cri-me" desde 2008, quando os advogados começaram a captar clientes interessados em ações previdenciárias. No entanto, ao invés de atuar em favor dos direitos dos clientes, eles se apropriavam das verbas judiciais. Os advogados realizavam o levantamento dos alvarás nos processos e retinham os valores sem repassá-los aos beneficiários, caracterizando a prática de apropriação indébita majorada.

Orientação à população e coletiva de imprensa

A Polícia Civil de Caratinga orienta possíveis vítimas dos investigados a procurar a 2ª Delegacia Regional de Caratinga, para que possam ser instaurados novos inquéritos sobre o caso. Uma coletiva à imprensa está prevista para às 10h na sede da Delegacia Regional de Caratinga, onde serão repassadas novas informações sobre as prisões e o andamento das investigações.

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