Policial civil mata quatro colegas de trabalho em delegacia, foge em viatura e depois se entrega

Os agentes de segurança estavam no alojamento quando foram surpreendidos por um colega da corporação efetuando os disparos.

1 - Policiais civis são mortos dentro de delegacia em Camocim, no interior do Ceará. — Foto: Mateus Ferreira/TVM

2 - Governador Elmano de Freitas lamentou as mortes de quatro policiais civis em delegacia de Camocim, — Foto: Mateus Ferreira/TVM

3 - Legenda: Área do crime foi interditada pela Perícia Forense do Ceará - Foto: Matheus Ferreira

4 - Legenda: Pefoce e Polícia Militar atenderam a ocorrência na Delegacia Regional de Camocim - Foto: Matheus Ferreira

O crime aconteceu nesta madrugada, na cidade de Camocim, Ceará. O suspeito chegou a fugir em um carro da própria corporação, mas abandonou o veículo e se entregou no quartel da Polícia Militar.

Por Gabriela Feitosa e Samuel Pinusa, g1 CE

Um policial civil matou quatro colegas de trabalho nesta madrugada, em Camocim, cidade do Norte do Ceará, a cerca de 350 quilômetros de Fortaleza. A Polícia Civil lamentou o caso, e identificou as vítimas como os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira.

Capitão Cleumir, da Secretaria de Segurança da cidade, disse ao g1 Ceará que o suspeito foi identificado como Dourado, inspetor da Civil. Ele estava de folga. Depois de atirar nos colegas, Dourado fugiu em um carro da polícia, mas abandonou o veículo e se entregou no quartel da Polícia Militar da cidade. 

As vítimas foram três escrivães e um outro inspetor da Polícia Civil. Três foram mortos dentro da delegacia e um do lado de fora. O crime aconteceu na Delegacia Regional de Polícia Civil de Camocim. O local está isolado e passa por perícia.

Não há informações sobre a motivação do crime, que está sendo investigado. Até a manhã deste domingo (14), os corpos das vítimas foram levados para Sobral pela Perícia Forense. Ainda de acordo com o capitão Cleumir, o suspeito ainda não foi ouvido e segue preso no quartel da PM.

Neirilane Roque, advogada do suspeito, disse ele está sub custória e "em estado de choque". "Pessoalmente, ele não se encontra em condições de prestar esclarecimentos, por enquanto. Está em estado de choque, isolado e custodiado pela Polícia Militar. Estamos aguardando os procedimentos seguintes, disse.

A audiência deve acontecer em Fortaleza ou em Sobral, que fica distante cerca de 137 quilômetros de Camocim.

O Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpol) emitiu nota sobre o caso. "Infelizmente famílias estão devastadas e destruídas, são filhos que não terão mais seus pais, esposas que não encontrarão mais seus maridos e mães, que nesse dia tão significativo, não terão mais seus filhos para abraçar, beijar", lamentou a entidade.

"Nos solidarizamos com todas as famílias que estão sofrendo, com todos os colegas que perderam seus companheiros de trabalho. Nos solidarizamos com todos os Policiais Civis neste momento ímpar de dor. Que Deus possa confortar seus corações", complementou o Sinpol Ceará.

Governador lamentou o caso

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), lamentou as mortes. "Estou absolutamente consternado diante do trágico episódio ocorrido na Delegacia de Camocim, quando quatro policiais civis perderam a vida após ataque de um colega, segundo registro policial", disse o governador.

"Manifesto a minha solidariedade às famílias, amigos e profissionais da Segurança Pública do Estado. O Governo do Ceará dará todo o apoio necessário aos familiares das vítimas", complementou Elmano.

Quatro policiais civis são mortos por colega da corporação em delegacia regional de Camocim

O crime aconteceu na madrugada deste domingo (14)

Quatro policiais civis foram mortos a tiros na madrugada deste domingo (14), dentro da Delegacia Regional de Camocim, no interior do Ceará. Os agentes de segurança estavam no alojamento quando foram surpreendidos por um colega da corporação que estava de folga e invadiu o local efetuando os disparos.

O Diário do Nordeste apurou que o policial, que não teve sua identidade revelada até o momento, chegou em uma motocicleta e invadiu o imóvel pelos fundos. Após cometer os crimes, ele fugiu em uma viatura da delegacia e abandonou o veículo em uma unidade de saúde da região. Depois disso, se entregou e permanece preso no quartel da Polícia Militar na cidade.

Em nota de pesar, a Polícia Civil do Ceará lamentou o episódio e informou que a delegacia de Camocim está isolada e passa por perícia. "Neste momento de dor e tristeza, a Polícia Civil reforça que todo o aparato da instituição encontra-se disponível para os familiares e amigos das quatro vítimas, que são homens honrados que tanto contribuíram no combate à criminalidade no Ceará", comunicou a corporação.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), também em nota, se solidarizou com os familiares e amigos das vítimas e afirmou reconhecer os "relevantes serviços prestados à sociedade cearense pelos policiais civis".

VÍTIMAS

Dos quatro mortos, três eram escrivães da delegacia — Antônio Cláudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira — e um, inspetor — Gabriel de Souza Ferreira.

INVESTIGAÇÃO

O episódio será investigado pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), que garantiu estar adotando "todas as providências cabíveis" no momento.

No que diz respeito à investigação criminal, o caso ficará sob o guarda-chuva da SSPDS e da CGD, por meio da Delegacia de Assuntos Internos (DAI).

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), se posicionou sobre a tragédia em suas redes sociais. Ele disse estar "absolutamente consternado" diante do que aconteceu e manifestou solidariedade à família e aos amigos das vítimas, bem como aos profissionais da segurança estadual.

"O Governo do Ceará dará todo o apoio necessário aos familiares das vítimas", assegurou o gestor.

https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2023/05/14/policial-civil-mata-quatro-colegas-de-trabalho-e-se-entrega-em-seguida-no-ceara.ghtml